Estudantes detidos em protesto contra escolas cívico-militares vão responder por 5 crimes

Estudantes detidos em protesto contra escolas cívico-militares vão responder por 5 crimes

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Jovens estão em liberdade, mas são acusados de associação criminosa, resistência, lesão corporal, desacato e corrupção de menores.

Seis estudantes que foram detidos pela Polícia Militar na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) durante a votação do projeto do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a criação de escolas cívico-militares, foram liberados na manhã desta quarta-feira (22).

Eles passaram por audiência de custódia e vão responder em liberdade por cinco crimes: associação criminosa, resistência, lesão corporal, desacato e corrupção de menores. Além dos seis detidos, com idades entre 18 e 20 anos, dois adolescentes foram apreendidos durante o protesto e liberados na tarde desta terça-feira (21).

Os jovens foram detidos quando um grupo tentava entrar no plenário da Alesp no intervalo da sessão de votação do projeto. Vídeos feitos pelos manifestantes mostram os policiais usando cassetetes para agredir alguns manifestantes. Outros vídeos também mostram os policiais do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) usando escudos para impedir a passagem dos estudantes, segundo o ICL.

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) e a presidência da Casa disseram que a ação da polícia aconteceu após os jovens tentarem invadir o espaço. A pasta da segurança também afirmou que as imagens da ação serão analisadas pela Polícia Militar.

Estudante é agredido pela PM dentro da Alesp (Reprodução)

Estudantes: escoriações e celulares quebrados
Segundo Rarikan Heven, um dos advogados dos estudantes detidos, eles estão com escoriações pelo corpo e tiveram os celulares quebrados durante a ação da PM. Ele informou que uma adolescente apreendida, de 16 anos, teve o braço quebrado pela polícia.

Questionada a respeito das agressões citadas pela defesa dos jovens, a SSP não havia se manifestado até a publicação deste texto.
Entidades estudantis e sindicatos de professores repudiaram a violência da polícia contra os estudantes.

“A aprovação da implementação de escolas cívico-militares vem na maré de uma série de ataques à educação e à ciência paulistas promovidos pelo governador Tarcísio de Freitas desde que assumiu o cargo. Exigimos o fim da violência contra aqueles que lutam pelo direito à educação pública e de qualidade”, diz uma nota conjunta da UNE (União Nacional dos Estudantes), Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos).

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