Ao menos duas pessoas foram presas durante as fiscalizações, que já alcançaram 315 locais na região metropolitana de Porto Alegre.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul recebeu nas últimas duas semanas o total de 680 denúncias por conta de preços abusivos praticados por comerciantes durante o período de calamidade decorrente das chuvas que atingem o estado. Até o momento, 65 estabelecimentos foram autuados em Porto Alegre e na região metropolitana da capital gaúcha.
De acordo com a promotoria, a maioria das autuações ocorreu em mercados e postos de gasolina, além de farmácias e empresas de caminhão-pipa e revendas de gás e água. Segundo os agentes de fiscalização, houve flagras de galões de 20 litros de água vendidos a R$ 80.
Ao menos dois funcionários de um posto de gasolina foram presos. O endereço e o tipo de infração cometida ainda não foram divulgados pelo MP.
As denúncias aos agentes de fiscalização podem ser feitas a partir do e-mail [email protected]. Das 680 reclamações recebidas até o momento, o Ministério Público já conseguiu apurar 315.
Níveis dos rios voltam a subir no Rio Grande do Sul: mais de duas semanas após o começo das chuvas, estado continua a sofrer com inundações.
Os preços abusivos se somam a uma série de dificuldades enfrentadas pela população gaúcha desde o início das chuvas que causaram enchentes que afetam até este sábado 461 municípios, segundo o último boletim da Defesa Civil. São mais de 2,3 milhões de pessoas afetadas diretamente, com 77.202 desabrigados e 155 mortes confirmadas.
O nível do rio Guaíba, que atingiu nesta semana o nível recorde de 5,33 metros, atingiu no fim da manhã deste sábado 4,54 metros, segundo as medições da MetSul.
O governador do estado, Eduardo Leite (PSDB), anunciou pela manhã novas ações para prestar assistência aos animais resgatados das enchentes. De acordo com o governo, mais de 12 mil animais abandonados já foram retirados das águas ou de áreas secas que estavam ilhadas.
O Rio Grande do Sul enfrenta uma onda de frio, mais uma adversidade enfrentada pelas famílias que estão vivendo em abrigos improvisados. Segundo um levantamento feito na sexta-feira pelo Observatório do Desenvolvimento Social, cerca de 50,2% dos abrigos mapeados no estado ainda necessitam de cobertores. No total, foram contabilizados 621 centros de acolhimento que funcionam como refúgio para as 49.716 pessoas em 76 municípios atingidos pelas chuvas.