Que a esquerda siga o extraordinário exemplo de Anitta

Que a esquerda siga o extraordinário exemplo de Anitta

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Anitta mostra vivência em terreiro de candomblé e anuncia clipe

Anitta afirmou que perdeu 100 mil seguidores depois de anunciar o clipe em que mostrará detalhes sobre sua religião.

Pois bem, que isso sirva de luzeiro para alguns progressistas que acham que é papel da esquerda ser domador de burro brabo. Com a ilusão de que no jargão do futebol, jogar bonito não ganha jogo e bola para o mato que o jogo é de campeonato.

Isso é uma falácia do futebol, mas também da política. No futebol, o pentacampeonato do Brasil é didático, e na política, a fraude eleitoral montada por Bolsonaro e Moro, somada à derrota de Bolsonaro em 2022, sendo o primeiro presidente a não se reeleger, são ações autoexplicativas. Portanto, vir com a teoria de que a esquerda precisa usar a linguagem idiota de um bolsonarista de rede social, é simplesmente estupro, que me desculpem a franqueza.

Isso é seguir a cartilha do último mosquito da bosta do bandido. Para ser mais claro, Bolsonaro é o último resquício de todas as merdas feitas pela direita brasileira, desde os militares até FHC, que foram  sistematicamente excretadas nas urnas pelo próprio povo por cinco vezes.

Qualquer Jeca Tatu entende isso facilmente, e digo jeca no sentido da sabedoria e não da patetice média que se importa mais com a embalagem do que com o conteúdo.

Pior ainda , é gente que anda decorando os dez mandamentos de Malafaia, extraído da nata da vagabundagem charlatã em seus diferentes tempos para fornicar o fascismo reacionário a partir de uma caricatura religiosa que glorifique um espirro verbal, carregado de catarro.

Manifestações exemplares como a de Anitta, que nos obriga a tirar do bolso a maravilhosa lembrança de que Pixinguinha, Ogã e ativista das religiões de matrizes africanas, foi o principal informante do grande guru da cultura brasileira, Mário de Andrade, líder e organizador da Primeira Semana de Arte Moderna de 1922, para escrever o seu fantástico livro, “Música de Feitiçaria no Brasil”.

Ou seja, ver Anitta sem disfarce, recomendando, por seu gesto, um basta à burrice e ao reacionarismo nacional, soa aos olhos e ouvidos como a mais pura e verdadeira arte brasileira.

Sim, porque o principal papel da cultura de um país, é mobilizar a sociedade, seja por festas, danças, batuque e tambores, através de qualquer manifestação artística que represente um fôlego de resistência da alma profunda do Brasil.

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