A União Nacional dos Estudantes (UNE) está mobilizando uma campanha de solidariedade à Palestina em universidades por todo o país. No momento, segundo a presidenta nacional da entidade, Manuella Mirella, falou ao Portal Vermelho, o movimento está concentrado na Universidade de São Paulo (USP), onde os alunos atenderam ao chamado do coletivo ESPP USP – Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino, em um movimento inédito de defesa dos direitos do povo palestino dentro de uma grande instituição de ensino no Brasil.
O protesto foi inspirado por iniciativas semelhantes nos Estados Unidos e em outras partes do mundo, e demonstra a solidariedade internacional em meio ao agravamento do conflito na região. O acampamento teve início na terça-feira (07), com debates e manifestações em meio às barracas erguidas pelos estudantes no vão do prédio de Geografia e História, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). A programação inclui debates, atividades culturais e a presença de acadêmicos e especialistas em Oriente Médio.
O objetivo principal da mobilização dos estudantes da USP é pressionar a universidade e o governo brasileiro a romperem relações com Israel, acusado pelos manifestantes de genocídio contra o povo palestino. Os estudantes exigem o boicote acadêmico às instituições israelenses, com a renúncia aos convênios acadêmicos vigentes e a qualquer outro vínculo, diz o Vermelho.
Entre as universidades israelenses com as quais a USP mantém convênios estão a Universidade de Haifa, a Universidade Hebraica de Jerusalém e a Universidade Ariel. Os estudantes denunciam o uso da tecnologia desenvolvida por essas instituições para perpetuar o genocídio palestino. Manuella salientou que é crucial desviar recursos da ciência e tecnologia brasileiras de projetos que alimentam o poder bélico de Israel, em vez disso, direcionando esses recursos para defender a vida e promover a paz.
A líder estudantil reforçou o compromisso histórico da entidade em defesa dos direitos humanos e da solidariedade internacional. Manuella destacou que a UNE tem sido uma das primeiras entidades a se manifestar em apoio à Palestina e ressaltou a importância de desviar recursos da ciência e tecnologia brasileiras de projetos que contribuem para o aumento do poder bélico de Israel.
“A partir dessa intensificação do conflito, estudantes de diversas partes do mundo têm se unido em defesa da causa palestina, pedindo paz e o fim do financiamento do genocídio por parte dos Estados Unidos”, explicou Mirella. Além disso, a UNE tem dialogado com a Organização Continental dos Estudantes da América Latina e do Caribe (OCLAI) e outros movimentos do mundo, visando construir uma ação global dos estudantes em defesa da Palestina.
Manuella reiterou o compromisso histórico da entidade em defesa dos direitos humanos e da solidariedade internacional, em declarações recentes. Destacando a atuação da UNE em apoio à Palestina, Mirella ressaltou as iniciativas em conjunto com outras entidades e movimentos sociais.
“A UNE foi uma das primeiras entidades a puxarem ato pra Palestina, junto com a FEPAL e a Comunidade Árabe-Palestina no Brasil”, afirmou Manuella, mencionando a participação da entidade em atos massivos em defesa da vida e pelo cessar-fogo na região.
Ao comentar sobre o recente agravamento do conflito na Palestina, ela enfatizou a intensificação do genocídio perpetrado por Israel contra o povo de Gaza, ao atacar Rafah e ressaltou a importância da mobilização internacional em defesa da causa palestina.
“A partir dessa intensificação, estudantes de diversas partes do mundo têm se unido em defesa da causa palestina, pedindo paz e o fim do financiamento do genocídio por parte dos Estados Unidos”, explicou.
Em relação às parcerias entre universidades brasileiras e israelenses, Manuella informou que a UNE levantou informações sobre os convênios existentes entre universidades públicas de todo o país com universidades israelenses e defendeu a necessidade de romper essas relações para pressionar Israel a assinar um acordo de paz e encerrar o genocídio.
A maioria desses acordos envolve programas de intercâmbio, como o bolsa de mestrado e doutorado sanduíche da Capes (Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). No entanto, ela ressaltou a necessidade do próprio governo brasileiro romper essas relações, especialmente diante do uso de armas fabricadas em Israel que afetam diretamente comunidades vulneráveis no Brasil, como as juventudes negras nas periferias.
A líder estudantil enfatizou o papel da UNE na organização da solidariedade à causa palestina, concentrando as ações na USP e expandindo o movimento para outras universidades e estados. Mirella destacou que, apesar das dificuldades enfrentadas pelo Brasil, como a greve nas universidades federais e a crise ambiental no Rio Grande do Sul, nas quais a entidade também está envolvida, é fundamental manter o apoio à Palestina.
“A UNE e o Estado Brasileiro têm em seu DNA a defesa da democracia, da autodeterminação dos povos e da paz, desde a guerra contra o nazifascismo”, concluiu a líder estudantil, destacando o compromisso da entidade com a paz, a solidariedade e a soberania das nações.