A Globo e a ciência da Selic

A Globo e a ciência da Selic

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Por Luis Nassif

Lucro financeiro da Globo = custo financeiro do Tesouro + custo financeiro da grande empresa + custo financeiro da pequena empresa.

Quem lê as análises do mercado, dos jornalistas de economia, a verborragia do Copom (Comitê de Política Monetária) julga haver ciência por trás do palavrório técnico. Se sobe um pouco o preço do alimento, se o FED ameça não baixar mais as taxas de juros, tudo é motivo para reduzir o ritmo de queda da taxa Selic – que continua sendo uma das mais altas taxas reais de juros do mundo.

Na verdade, a ciência da abelha, da aranha e do Copom, muita gente deconhece (a menção à abelha e à aranha é uma homenagem a Luiz Vieira)

A conta é muito mais simples. E vamos demonstrá-la montando algumas hipóteses em torno de um caso concreto: o caixa de R$ 15 bilhões das Organizações Globo, o veículo âncora das altas taxas de juros praticadas pelo Banco Central.

Vamos analisar o impacto da Selic sobre quatro setores:

  • Os lucros da Globo.
  • O custo do Tesouro
  • O custo do crédito para grandes empresas.
  • O custo do crédito para pequenas empresas.
  • Numa explicação aritmética simples:

Lucro financeiro da Globo = custo financeiro do Tesouro + custo financeiro da grande empresa + custo financeiro da pequena empresa.

Vamos montar nossa simulação partindo das seguintes variáveis:

  • Uma taxa Selic inicial de 13% ao ano.
  • Várias hipóteses de queda da Selic.
  • Um ganho financeiro da Globo de 1% acima da Selic.
  • Custo financeiro do crédito para grandes empresas de 5% acima da Selic.
  • Custo financeiro do crédito para pequena empresa de 15% acima da Selic.
  • Trabalhando sempre em cima de um volume de recursos de R$ 15 bilhões.
  • Aqui, uma tabela em cima da hipótese de queda de 0,5% da Selic em cada reunião do Copom.

Mesmo com a queda, o custo para a dívida pública seria de 10,6% no ano. O ganho da Globo seria de 11,59%, caso conseguisse 1% acima da Selic. Já o custo do crédito para a grande empresa seria de 15,63% e o das pequenas, de 25,69%. Nos Estados Unidos, o custo do crédito é 5,5% ao ano.

*GGN

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