A suspeita de fraude do cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro continua a ser investigada. Na terça-feira (23), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou que a Polícia Federal (PF) aprofunde a investigação para esclarecer se Bolsonaro apresentou um cartão com informações falsas sobre a vacina de covid-19 ao entrar nos Estados Unidos.
A ordem para que se esclareça a situação ainda prevê que sejam feitas novas perícias e laudos nos celulares apreendidos com o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
Cid já revelou em delação premiada que a ordem para fraudar o cartão de vacinas veio de Bolsonaro.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também pediu o aprofundamento das investigações ao STF. O procurador deve colher mais elementos para decidir se oferece denúncia contra Bolsonaro e outros 16 investigados pela PF que foram indiciados em março.
Informações passadas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos devem ser juntadas ao processo. Para Gonet, é preciso elucidar se na época os EUA requisitavam apresentação do certificado de vacina de quem possuía passaporte e visto diplomático – como o caso da comitiva brasileira.
Este ponto é fundamental, pois as informações falsas adicionadas ao sistema do Ministério da Saúde para driblar medidas sanitárias na época da covid-19 podem ter sido visadas para facilitar sua permanência fora do país.
O ex-presidente esteve nos EUA por três vezes após a suposta fraude no cartão de novembro de 2021, inclusive se encontrou com o presidente norte-americano, Joe Biden.
Quando já havia perdido às eleições, deixou a presidência antes do término do mandato rumo aos EUA, em 30 de dezembro de 2022.
*Agência Brasil