Presidente da Câmara estaria planejando ‘vingança’ contra o governo após embate com Padilha e demissão de seu primo do Incra.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), estaria colocando em marcha um pacote de medidas para “se vingar” do governo federal, comandado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A iniciativa vem após o atrito entre Lira e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que é o responsável pela articulação do governo junto ao Congresso Nacional.
No dia 11 de abril, em entrevista à imprensa após uma feira agroindustrial em Londrina (PR), Lira chamou Padilha de “desafeto” e “incompetente”. A fala veio em resposta a uma pergunta sobre o fato do presidente da Câmara ter saído enfraquecido da votação do plenário, na quarta-feira (10), que aprovou a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão, apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
O entendimento de que Lira saiu enfraquecido da votação se dá pelo fato de que Padilha articulou junto aos deputados o voto em prol da manutenção da prisão de Brazão, enquanto os principais aliados do presidente da Câmara tentaram articular uma soltura do suposto mandante do assassinato de Marielle. Ou seja, no final das contas, Lira saiu derrotado e a articulação do governo Lula vitoriosa, diz a Forum.
Diante dos ataques a Padilha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez declarações públicas de apoio ao seu ministro e, nesta terça-feira (16), o governo decidiu exonerar Wilson César de Lira Santos, primo de Lira, do cargo de superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas, o que teria deixado o presidente da Câmara ainda mais irritado.