Beira do abismo: tensão entre Irã e Israel escala nas Nações Unidas

Beira do abismo: tensão entre Irã e Israel escala nas Nações Unidas

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Durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU neste domingo (14), o secretário-geral, António Guterres, fez um apelo à comunidade internacional para evitar um “conflito devastador em grande escala” no Oriente Médio.

O líder das Nações Unidas enfatizou que as populações da região enfrentam perigo real de uma arrasadora situação de guerra total, ao afirmar que é preciso desarmar e reduzir a escalada. “É hora de recuar do abismo”, declarou Guterres, salientando a necessidade de “máxima contenção” entre as nações envolvidas.

O encontro foi convocado por Israel após um ataque iraniano no último sábado (13), com o diplomata português destacando que os civis já estão “pagando o preço mais elevado”. Além disso, ele lembrou que o Direito internacional proíbe “ações de retaliação que incluam o uso da força”.

Alegações de autodefesa: Irã e Israel firmes em seus direitos

A tensão entre Irã e Israel foi o foco da reunião, onde o embaixador iraniano na ONU, Amir Saeid Jalil Iravani, afirmou que o Irã se viu obrigado a “exercer o seu direito à autodefesa” após o ataque de Israel ao seu consulado em Damasco, na Síria, que resultou na morte de sete membros da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios.

Amir Saeid Iravani, embaixador do Irã na ONU | Foto: Charly Triballeau/AFP

Durante a reunião, que contou com a presença de representantes e embaixadores de diversas nações – incluindo Rússia, China, Coreia do Sul, Serra Leoa, Síria, Reino Unido, França, Argélia entre outros – Iravani, declarou que “o Conselho de Segurança falhou no seu dever de manter a paz e a segurança internacionais” ao não condenar o ataque de 1º de abril, diz o Vermelho.

“Sob essas condições, a República Islâmica do Irã não teve outra escolha senão exercer o seu direito à legítima defesa”, disse, enfatizando que o Teerã não quer uma escalada do conflito, mas que irá responder a “qualquer ameaça ou agressão”.

 

Por outro lado, o embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, defendeu o “direito legal de responder” de Israel, apontando que após o ataque iraniano, seu país não pode permanecer inativo.

Gilad Erdan, embaixador de Israel na ONU | Foto: Charly Triballeau/AFP

“Este ataque ultrapassou todas as linhas vermelhas, e Israel reserva-se o direito legal de responder”, afirmou Erdan. “Depois de um ataque tão maciço contra Israel, o mundo inteiro, muito menos Israel, não pode ficar de braços cruzados. Defendemos o nosso futuro”, disse o embaixador que também agradeceu o apoio dos Estados Unidos, enquanto pressionava por “todas as sanções possíveis” contra o Irã.

EUA buscam evitar escalada

O representante adjunto dos EUA na ONU, Robert Wood, manifestou a posição de seu país contra a escalada da violência. Wood reforçou o desejo dos EUA de “condenar o ataque do Irã a Israel” e de trabalhar para reduzir a tensão na região, explorando medidas adicionais para responsabilizar o Irã nas Nações Unidas.

 

Ele também destacou a necessidade de focar na situação humanitária na Faixa de Gaza, incluindo um cessar-fogo e a libertação de reféns. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos já deixaram claro que não apoiarão uma represália israelense ao ataque iraniano.

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