Tentáculos da Lava Jato seguem agarrados em posições estratégicas, como cargos que assessoram a 5CCR.
Embora tenha sofrido derrotas expressivas nos últimos anos – desde o desmonte do modelo de força-tarefa, até os reveses na Suprema Corte – a Lava Jato ainda não foi totalmente extirpada das instituições. Seu espírito segue vivo e ocupando lugares estratégicos nas estruturas de poder, como o grupo de trabalho criado pela 5ª Câmara de Coordenação e Revisão (5CCR) do Ministério Público Federal, no final de 2023, para “prestar apoio a negociação e assinatura dos acordos” de delação premiada e leniência.
Levantamento feito pelo GGN mostra que 68% dos membros do “Grupo de Trabalho Assessoramento em Acordos” são nomes ligados direta ou indiretamente à Lava Jato ou oriundos de operações que seguiram o mesmo modus operandi, como a Operação Greenfield.
Chama atenção no GT a presença de expoentes do lavajatismo como Januário Paludo, Isabel Groba, Julio Noronha e Andrey Borges, todos da força-tarefa de Curitiba; e Anselmo Lopes, coordenador da Greenfield – que resultou, aliás, no maior acordo de leniência da história: mais de R$ 10 bilhões, valor que vem sendo questionado pelo grupo J&F na Justiça por falta de parâmetros claros.
Dos 26 nomes que compõe o grupo, 18 atuaram diretamente na Lava Jato em Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e na “versão” da LJ em Goiás; ou atuaram na Lava Jato a partir da Procuradoria-Geral da República ou de procuradoria regional, ou são entusiastas dos métodos heterodoxos da operação.