Nas ruas e nas redes sociais, ativistas pediram o fim do massacre e a retirada do exército de Israel da Faixa de Gaza
Diversas partes do mundo registraram manifestações nesta sexta-feira (5), Dia da Criança Palestina, pelo cessar-fogo na Faixa de Gaza. Mais de 15 mil crianças palestinas morreram, apenas em Gaza, desde o início dos ataques de Israel, em outubro, em resposta a uma ofensiva do Hamas que matou cerca de 1.200 israelenses. O dia dedicado a elas foi criado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Nas redes sociais e nas ruas, principalmente na frente das embaixadas e consulados de Israel, ativistas pediram também a retirada do exército daquele país e acesso liberado para ajuda humanitária. E denunciaram as violações contra mulheres e crianças, que respondem por 75% de todos os mortos nesta guerra.
Em São Paulo, movimentos sociais, sindicais, estudantis e partidos políticos progressistas participaram de manifestação, que começou na estação Berrini da CPTM e terminou em frente ao consulado de Israel, na zona sul da capital. Entre eles, o ex-deputado federal pelo PCdoB Jamil Murad, integrante da executiva nacional do Centro Brasileiro de Solidariedade Aos Povos e Luta Pela Paz (Cebrapaz).
Segundo ele, o massacre israelense contra as crianças palestinas tem como objetivo destruir o futuro “não só da criança palestina, mas do povo palestino”. “Isso é inaceitável, é uma agressão ao princípio fundamental da humanidade que é a sua sobrevivência. Esse genocídio tem que parar”, defendeu. Para Murad, Israel é um Estado “sionista, supremacista, assassino e fascista. Um Estado de guerra, que vai ter que se democratizar para conviver com todos os povos”.
‘É uma guerra contra a criança”
A jornalista e coordenadora da Frente em defesa do Povo Palestino de São Paulo, Soraya Misleh, destacou a necessidade de reforço da campanha do movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra o governo de Israel. “Além das palavras, precisamos de ação e pedimos mais uma vez que o Brasil rompa relações com o governo de Israel. Isso é pela vida das nossas crianças também. É uma guerra contra a criança, uma guerra genocida em que todos estão indistintamente sendo atingidos pelas bombas e balas de Israel: mulheres, homens, idosos, crianças. Mas não há nenhuma dúvida de que essa é uma guerra contra crianças e mulheres”, disse.
O ponto alto do protesto na capital paulista foi a participação de crianças do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e de ativistas lembrando os bebês mortos em seus colos. O objetivo foi chamar atenção para o massacre promovido por Israel contra a população palestina.