Vídeo: PMs agridem jovem negro e pai cadeirante em Piracicaba (SP) e comunidade convoca ato

Vídeo: PMs agridem jovem negro e pai cadeirante em Piracicaba (SP) e comunidade convoca ato

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Família denuncia que rapaz foi levado até um ginásio e espancado até cuspir sangue; ele foi acusado de desacato.

Três policiais militares da Rocam agrediram, com cassetete e taser, um jovem negro desarmado em Piracicaba (SP), nesta segunda-feira (1º). Ele estava sentado na calçada, conversando com amigos, quando presenciou a abordagem de um amigo pela PM e se aproximou. Ao se negar a sair do local, de acordo com sua irmã, Priscila Padilha, foi atacado pelos agentes.

O rapaz de 21 anos, então, entrou na casa dos pais para pedir ajuda. Sem mandado, os agentes vão atrás. O pai, de cadeira de rodas, tentou impedir a continuidade da violência e também foi agredido. Testemunhas filmaram parte da ação (veja abaixo).

O episódio aconteceu no bairro Cantagalo. Segundo a irmã do jovem as cenas ocorridas antes e depois dos vídeos são ainda piores: envolvem tortura e ameaça de morte. De acordo com a família, o rapaz foi levado pelos policiais para um ginásio e espancado. Cuspindo sangue e com arritmia cardíaca, foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e depois para a delegacia. O caso foi registrado como desacato e desobediência.

No início da noite desta terça-feira (2), a comunidade organiza uma manifestação contra a violência policial no local onde houve a abordagem. “A população está revoltada, se sentindo de mãos atadas. A única coisa que a gente pode fazer é protestar. Tem que se reunir, tem que falar sobre, tem que ir para cima”, afirma Priscila. “Se daqui a uma semana eles forjam meu irmão na rua, vai ficar explícito que é perseguição contra ele”, atesta. “Vidas negras importam”, diz o chamado do ato.

De acordo com a família do jovem agredido, amigos tomavam cerveja na calçada na tarde desta segunda-feira (1º), quando um deles foi buscar dinheiro em casa e foi parado pelos policiais.

O irmão de Priscila se aproximou para acompanhar a abordagem. Chegou a brincar com o amigo, dizendo para ele não esquecer de, depois, voltar com mais bebida. Um dos policiais ordenou que ele saísse. O jovem argumentou que tinha o direito de estar ali, em via pública, tomou um soco na cara e caiu no chão. As agressões continuaram. Entre choques e cassetadas, conseguiu se desvencilhar e ir até a casa dos pais, momento em que testemunhas começaram a filmar.

“Ameaçaram meu irmão, dizendo que se ele abrir a boca, vão matar ele, a namorada, o pai, a mãe”, denuncia Priscila, ao descrever a sensação de medo. Enquanto falava, ouviu uma sirene. “Ah, é uma ambulância”, se aliviou.

*BdF

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