População critica liberação do serviço militar concedida a judeus ultraortodoxos; governo Netanyahu tem enfrentado críticas generalizadas também sobre falhas de segurança que propiciaram os ataques do Hamas em 7 de outubro.
Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas de Jerusalém neste domingo (31) para manifestação contra o governo de Benjamin Netanyahu. Os israelenses protestaram contra a liberação do serviço militar concedida a judeus ultraortodoxos, em cenas que remetem aos protestos em massa realizados no ano passado.
Grupos de protesto, incluindo alguns que lideraram as manifestações que abalaram Israel em 2023, organizaram a manifestação em frente ao Parlamento, o Knesset, reivindicando uma nova eleição para substituir o governo.
Os manifestantes também pediram participação mais igualitária na obrigatoriedade do serviço militar. Cerca de 600 soldados foram mortos até agora desde o ataque do Hamas em 7 de outubro e a guerra que se seguiu em Gaza, o maior número de vítimas militares em anos.
O veículo N12 News, de Israel, disse que esta pareceu ser a maior manifestação desde o início da guerra. Os sites de notícias Haaretz e Ynet disseram que atraiu dezenas de milhares de pessoas, diz a CNN.
O gabinete de Netanyahu tem enfrentado críticas generalizadas sobre a falha de segurança na ocasião do ataque do Hamas no sul de Israel, quando 1.200 pessoas foram mortas e mais de 250 foram feitas reféns e levadas para Gaza.
“Este governo é um fracasso total e absoluto”, disse Nurit Robinson, de 74 anos. “Eles nos levarão ao abismo.”
A guerra de Israel no enclave palestino agravou uma antiga fonte de atrito na sociedade que também está atormentando o governo de coalizão de Netanyahu – as isenções concedidas a estudantes de seminário judeus ultraortodoxos do serviço nas forças armadas do país.
Com o prazo final de 31 de março se aproximando para que o governo apresentasse uma legislação que resolvesse um impasse de décadas sobre a questão, Netanyahu apresentou um pedido de última hora ao Supremo Tribunal na semana passada para conseguir um adiamento de 30 dias.
Em aparente acomodação, o Supremo Tribunal deu ao governo até 30 de abril para que apresente nova proposta sobre o tema. Mas, numa decisão provisória, também ordenou a suspensão do financiamento estatal para estudantes de seminário que estariam sujeitos ao recrutamento a partir de segunda-feira.