Acusados de participar da morte de Marielle Franco, embora em presídios diferentes, foram ouvidos por videoconferência.
Acusados de participar diretamente do assassinato de Marielle Franco, Élcio Queiroz, Ronnie Lessa e Maxwell Corrêa, o Suel, foram ouvidos na quarta-feira (27/03) pela Justiça numa mesma audiência.
Cada um deles está num presídio federal diferente, mas prestaram depoimento por videoconferência na Vara Especializadas em Organizações Criminosas do TJRJ. Os ex-companheiros são réus num processo que apura lavagem de dinheiro.
A divulgação é do colunista Lauro Jardim, de O Globo, que conta que Aline Siqueira, mulher de Suel, pediu ao juiz Bruno Vaccari para conversar com o marido. Argumentou que estava há anos sem falar com ele. Vaccari permitiu. E estipulou que o papo, que se daria diante de todos (exceto pelos outros dois réus), não superasse 15 minutos.
Mas o diálogo, presenciado pelos advogados e juiz, foi interrompido muito antes do tempo estabelecido.
Aline começou
— Você está bem?
Suel disse que sim e sua mulher devolveu com um “pensa na sua família. Estou com muita saudade de você”. Em seguida, emendou com uma novidade para ele:
— Teve uma operação da PF no domingo.
“Prenderam quem?”, quis logo saber o criminoso que monitorou os passos de Marielle nos dias que antecederam o assassinato.
— O Brazão, o Chiquinho e o delegado Rivaldo.
Suel quis saber mais e, diante da diminuta plateia, perguntou:
— E o delegado Daniel Rosa?
“Esse não”, informou Aline.
— Então, ele fugiu, né?
Neste momento, o juiz nem deixou que ela respondesse. Resolveu acabar com a conversa ali mesmo.
Daniel Rosa era o chefe Delegacia de Homicídios entre 2019 e 2020, onde corria a investigação do caso Marielle Franco e Anderson Gomes. Em setembro de 2020, foi substituído. Rosa, é importante destacar, não consta do relatório da PF que embasou a decisão de Alexandre de Moraes de determinar a prisão de Rivaldo Barbosa, Domingos e Chiquinho Brazão.