O paralelo entre o assassinato de Marielle e a rachadinha de Flávio Bolsonaro

O paralelo entre o assassinato de Marielle e a rachadinha de Flávio Bolsonaro

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Não foram somente os irmãos Brazão que guardavam interesses imobiliários com milícias na zona oeste. O senador Flávio Bolsonaro também.

A razão para o assassinato de Marielle Franco foram os interesses imobiliários na zona oeste do Rio de Janeiro junto às milícias. Apesar de comprovados os responsáveis, não foram somente os irmãos Brazão que guardavam estes mesmos interesses. A família Bolsonaro, notadamente o senador Flávio Bolsonaro, também. E acusações já abertas contra ele comprovam a coincidência e até dos mesmos personagens envolvidos.

Os irmãos Brazão mandaram matar Marielle pelo ativismo da vereadora contra a expansão das milícias na zona oeste do Rio de Janeiro, incluindo Jacarepaguá, Osvaldo Cruz e Rio das Pedras, onde os mandantes detinham negócios imobiliários e interesses de regularização para o domínio das milícias.

Para o assassinato, os irmãos – que representam a influência política das milícias – contaram com a participação de diversos milicianos da região para a execução dos crimes. Um deles foi Ronald Paulo Alves Pereira, conhecido como Major Ronald. Apesar de não ter sido alvo de mandato policial desta semana, o miliciano foi peça chave no crime: quem passou a informação a Ronnie Lessa do paradeiro de Marielle Franco no dia do seu assassinato.

Os negócios imobiliários de Flávio com milicianos no Rio das Pedras
O enredo da morte de Marielle acima narrado repete personagens, local e interesses de uma das acusações de rachadinha contra o filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL).

Trata-se dos investimentos de Flávio em três construtoras (São Felipe Construção Civil Eireli, São Jorge Construção Civil Eireli e ConstruRioMZ) nas mesmas regiões de Rio das Pedras para prédios da milícia, com dinheiro de “rachadinha” do antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

O caso foi desvendado em 2020, por reportagem do Intercept, que obteve os documentos sigilosos da investigação do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MP-RJ). Os procuradores cruzaram informações bancárias de 86 pessoas suspeitas no esquema ilegal que irrigava o ramo imobiliário da milícia – o mesmo que motivou o assassinato de Marielle.

*GGN

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