Relatório da Polícia Federal aponta indícios de ocultação e lavagem de dinheiro oriundos da atuação ilícita do delegado enquanto esteve à frente da Divisão de Homicídios da capital.
Segundo investigação da Polícia Federal, a advogada e empresária Erika Andrade de Almeida Araújo, esposa do ex-chefe de Polícia Civil Rivaldo Barbosa, preso neste domingo, é “testa de ferro” do marido nas “empresas de fachada” criadas pelo delegado para lavar o dinheiro adquirido de maneira ilícita ao longo dos anos em que esteve à frente da Delegacia de Homicídios da capital. Erika auxiliou na lavagem de dinheiro, constituindo, juntamente com marido empresas que operavam na área de consultoria: a Mais I Consultoria Empresarial LTDA e Armis Consultoria Empresarial Eireli.
Ela figura como “sacadora de valores das contas da empresa”. Segundo a PF, há evidências de que Barbosa era o administrador, de fato, das empresas e o responsável pela interlocução com clientes e apresentação do portfólio de serviços. A análise bancária mostrou que, no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2019, Erika movimentou mais de R$ 7 milhões.
No período em que esteve à frente da DH da capital, de 9 de janeiro de 2012 a 26 de outubro de 2015, e em 27 de outubro de 2015, quando assumiu a direção da Divisão de Homicídios, onde permaneceu até 5 de março de 2018, a PF afirma que Rivaldo Barbosa recebeu vantagens indevidas da contravenção para não investigar e ou não deixar investigar os homicídios praticados pelas organizações criminosas, decorrentes das disputas territoriais para exploração do “jogo do bicho”. O que fica demonstrado na declaração de bens do delegado que teve aumentado considerável de seu patrimônio, adquirindo, por exemplo, diversos imóveis.