Líbano desmantela perigosa rede de espionagem israelense em Beirute

Líbano desmantela perigosa rede de espionagem israelense em Beirute

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Beirute, Líbano – Em uma grande descoberta, as autoridades libanesas desmantelaram uma extensa rede de espionagem israelense que operava no coração de Beirute, conforme relatório do jornal local Al-Akhbar em 21 de março. A descoberta veio à tona quando guardas parlamentares prenderam um indivíduo dirigindo um veículo suspeito próximo à residência do Presidente do Parlamento, […]

Beirute, Líbano – Em uma grande descoberta, as autoridades libanesas desmantelaram uma extensa rede de espionagem israelense que operava no coração de Beirute, conforme relatório do jornal local Al-Akhbar em 21 de março. A descoberta veio à tona quando guardas parlamentares prenderam um indivíduo dirigindo um veículo suspeito próximo à residência do Presidente do Parlamento, Nabih Berri, em Ain al-Tineh, no final de dezembro do ano passado.

O suspeito, identificado como Muhieddine H., foi encontrado em posse de um dispositivo de espionagem altamente avançado e vários telefones celulares durante a inspeção de seu veículo. Uma análise mais aprofundada revelou dezenas de vídeos, documentando um mapeamento abrangente da área. O Ramo de Informações das Forças de Segurança Interna do Líbano (ISF) assumiu a custódia de Muhieddine H. e encontrou evidências de seu envolvimento em atividades “perigosas” e “sem precedentes” com o inimigo israelense.

De forma surpreendente, o relatório revelou que Muhieddine H. recebeu uma quantia incomumente alta de US$200.000 por seu envolvimento. Essa quantia substancial indica a gravidade e a importância de seu papel na rede de espionagem. Outro indivíduo, Hadi A., também foi detido em conexão com a operação. Ambos os detidos possuem conhecimentos em engenharia de computação e comunicações.

De acordo com o Al-Akhbar, Muhieddine e Hadi forneceram informações falsas sobre sua afiliação a uma empresa americana chamada Monolith, que provavelmente é uma fachada para a inteligência israelense. A dupla afirmou ter sido contratada pela empresa e estava coletando informações em várias áreas de Beirute, complementando as informações coletadas por aeronaves israelenses que sobrevoam a capital libanesa diariamente. Sua tarefa principal era criar mapas precisos, detalhando ruas, prédios, nomes de lojas, carros estacionados e em movimento, números de placas, e até mesmo os rostos das pessoas que passavam. O telefone de Muhieddine H. sozinho continha 56.000 fotos em alta resolução relacionadas às suas atividades de vigilância, diz o Cafezinho.

Os dois detidos utilizaram equipamentos tecnológicos altamente avançados, incluindo um sistema para escanear frequências de rádio associadas a provedores de serviços de internet. Eles também identificaram a localização dos pontos de acesso Wi-Fi em residências, instituições e locais públicos. Como resultado, obtiveram nomes e senhas de cada dispositivo Wi-Fi nas áreas pesquisadas, permitindo-lhes determinar a localização geográfica precisa dos usuários conectados.

Surpreendentemente, foi revelado que um dos suspeitos mapeou a rua em frente ao apartamento de Saleh al-Arouri, o alto funcionário do Hamas assassinado por um ataque de drone israelense nos subúrbios sul de Beirute em 2 de janeiro. Esse incidente ocorreu duas semanas após a pesquisa de Muhieddine H. na área, levantando suspeitas sobre o envolvimento da rede no assassinato planejado.

Durante a investigação, ambos os detidos afirmaram desconhecer que a empresa para a qual estavam trabalhando poderia estar relacionada à inteligência israelense. No entanto, um deles admitiu ter tido suspeitas sobre a natureza do trabalho, acreditando que só beneficiaria uma agência de inteligência estrangeira.

Após sua prisão inicial, o juiz Fadi Sawan interrogou os suspeitos e emitiu dois mandados preliminares de prisão sob acusação de espionagem, obtenção de informações classificadas e colocação em risco da segurança nacional. Se condenados, poderão enfrentar prisão perpétua. Notavelmente, não foram encontrados vestígios da suposta empresa Monolith online, e não havia informações disponíveis sobre seu suposto CEO, John Tyler.

 

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