Quatro drones ucranianos tentaram atingir Moscou no último dia de eleição presidencial na Rússia, neste domingo (17). Além da capital, Kiev direcionou ataques em oito regiões do país vizinho numa onda de 36 drones de longo alcance.
Apesar das tentativas ucranianas de desestabilizar o pleito russo, ao final do segundo dia de votação, neste sábado (16), a participação total da população na votação já havia superado o último pleito, de 2018.
De acordo com a Comissão Eleitoral Central, a participação até às 16h30 (10h30, no horário de Brasília) era de 70,8%.
Na última semana, Kiev executou um plano que incrementou ações duplas, com emprego de drones contra cidades e refinarias. Desde o início da contraofensiva, os ataques atingiram ao menos 12 refinarias no território russo. Os alvos representam cerca de 12% da capacidade de processamento de petróleo do país, segundo informou a Bloomberg.
O Kremlin acusa os ucranianos de sabotagem eleitoral e de aumentar “atividades terroristas” para influenciar o pleito. Na sexta (15), o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a Ucrânia está “atacando assentamentos pacíficos na Rússia para perturbar as eleições presidenciais”. De acordo com ele, “os ataques não ficarão impunes”.
A votação vem sendo realizada de forma híbrida, tanto presencialmente, com cédulas de papel ou de forma eletrônica, quanto de forma remota, com o voto online.
No começo da tarde de sábado, mais de 7,74 milhões de cidadãos (aproximadamente 6,89% do número total de eleitores no país), haviam participado do pleito utilizando o sistema de Votação Eletrônica Remota. Assim, os números parciais do começo deste domingo ultrapassaram a presença total que houve em 2018.
As eleições presidenciais russas vêm sendo encaradas como um processo de confirmação da autoridade de Putin. Nenhum dos atuais candidatos representa uma oposição forte ao governo e tem chances reais de chegar ao segundo turno. Os concorrentes de Putin não apresentam críticas contundentes ao mandatário e, em linhas gerais, defendem a “operação militar especial” na Ucrânia.
Segundo pesquisa da empresa russa Levada Center, o presidente tem 86% de aprovação, ante 11% de reprovação. Os que não responderam somam 3%.