Sob a mira do próprio PT e de alas sindicais, ministra Nísia Trindade dá uma resposta aos ataques sofridos.
Uma portaria publicada no Diário Oficial da União instituiu uma espécie de intervenção nos seis hospitais federais do Rio de Janeiro. Helvécio Miranda Magalhães Junior, secretário de Atenção Especializada à Saúde, foi escalado para comandar em caráter temporário, por ao menos 30 dias, o Comitê Gestor dos Hospitais Federais do Rio de Janeiro.
Sob a mira de integrantes do próprio PT e de alas sindicais, a ministra Nísia Trindade dá uma resposta aos ataques que vinha enfrentando nas últimas semanas por causa de uma portaria sobre os hospitais federais do estado. As unidades, que o partido influencia por meio de indicações para cargos de comando, tiveram funções transferidas para o Departamento de Gestão Hospitalar, que passará a centralizar compras, diz a coluna de Lauro Jardim, O Globo.
Helvécio terá a missão de interceder junto às direções dos hospitais federais do Rio no interesse do Ministério da Saúde além de promover o diálogo institucional junto aos movimentos sociais e sindicatos das categorias profissionais.
Caberá também representar o Ministério da Saúde em demandas relacionadas aos hospitais federais do Rio de Janeiro junto a lideranças políticas, imprensa, empresas privadas e outros órgãos da administração pública federal, estadual e municipal; e propor melhorias na governança dos hospitais federais do Rio de Janeiro.
Helvécio coordenará uma ampla equipe: dois integrantes da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde; um diretor do Departamento de Gestão Hospitalar da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde e três da subsecretaria de Assuntos Administrativos, da Secretaria-Executiva.
Será um da superintendência estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro; um da coordenação-geral de Gestão de Pessoas; e um da coordenação-geral de Planejamento da Demanda e da Fiscalização de Contratos Administrativos; um da assessoria do gabinete de Nísia Trindade, um da assessoria de Controle Interno; um da assessoria de Assuntos Parlamentares e Federativos, e um da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Os membros serão indicados nas próximas 24 horas.
Apesar de delegar todos os poderes, a portaria do Ministério da Saúde não trata a criação de um comitê gestor como uma intervenção. Porém, Helvécio terá poderes de gestor pelos próximos 30 dias, podendo ser prorrogável pelo mesmo período.
Há no governo a expectativa de que o atual diretor-geral do DGH, Alexandre Telles, que está no cargo por indicação do deputado federal Dimas Gadelha, pré-candidato do PT à prefeitura de São Gonçalo, não permaneça no cargo.
A portaria foi assinada pela ministra Nísia Trindade, mas segundo pessoas próximas a Lula, o presidente avalizou a iniciativa do Ministério da Saúde.