O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza informou neste sábado (09/03) que já são 25 as pessoas que morreram por desnutrição e desidratação na região, em função do racionamento imposto pelas autoridades de Israel. A estatística foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde, que fez um apelo para a situação que vivem os residentes do território palestino.
O caso mais recente também foi considerado o mais impactante, já que se tratou de uma jovem mãe (sua idade exata não foi confirmada, mas seria uma mulher de pouco mais de 20 anos) e seu bebê de apenas dois meses de idade, que nasceu durante o bombardeio israelense ao território palestino.
Segundo Ashraf al Qudra, porta-voz do Ministério da Saúde palestino, as duas estavam sendo atendidas em centros médicos diferentes quando se registraram os falecimentos, que aconteceram com poucas horas de diferença: a bebê (que era uma menina) era cuidada no Hospital Kamal Adwan, enquanto sua mãe estava no Complexo Médico al Shifa.
“O aumento de mortes por desnutrição e desidratação é muito preocupante e confirma que a fome no norte de Gaza atingiu níveis dramáticos”, declarou Al Qudra, em entrevista ao canal Al Jazeera.
A morte dessas duas pessoas acontece após cinco meses de ofensiva militar de Israel contra a Faixa de Gaza que já matou mais de 30 mil civis palestinos – cifra que afeta principalmente mulheres e crianças, que seriam cerca de dois terços do total de vítimas fatais, segundo dados da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA, por sua sigla em inglês).
Esse número de falecimentos inclusive pode ser maior, já que se estima que ao menos 12 mil pessoas se encontram desaparecidas em meio aos escombros.
Além das mortes provocadas diretamente pelos bombardeios, as entidades de ajuda humanitária que trabalham na região passaram a registrar também as que são resultado do racionamento que Gaza sofre por imposição do regime sionista liderado por Benjamin Netanyahu, que consiste em restringir a entrega de água potável, alimentos, medicamentos e insumos básicos aos moradores, além de cortar o fornecimento de combustível, energia elétrica e meios de comunicação.
Nesse sentido, o porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza destacou que o número real de mortes por desnutrição e desidratação pode ser maior que os 25 contabilizados oficialmente até agora, já que essa estatística considera apenas os casos registrados nos centros hospitalares.