Estado de SP vive nova onda de Covid com aumento de 85% no número de casos de uma semana para outra; mortes saltam 54%

Estado de SP vive nova onda de Covid com aumento de 85% no número de casos de uma semana para outra; mortes saltam 54%

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Situação crítica levou alguns paulistas a retomarem o uso de máscaras.

— Os dados consolidam o curso de uma nova onda de Covid no estado de São Paulo. Essa disseminação descontrolada da Covid preocupa porque se sobrepõe à explosão de casos de dengue, levando a uma pressão conjunta no sistema de saúde e postos de atendimento —afirma Wallace Casaca, coordenador da plataforma SP Covid-19 Info Tracker e pesquisador da Unesp e da USP.

Casaca destaca como impulsionadores dessa nova onda a rápida disseminação de novas subvariantes Ômicron, como a JN.1, e a realização de eventos que geraram deslocamentos em massa nas últimas semanas, a exemplo do carnaval e da manifestação bolsonarista na Avenida Paulista, no último dia 25 de janeiro, que reuniu 185 mil pessoas de diferentes cidades do Brasil.

Os dados da última semana epidemiológica são os maiores de todo ano. Para se ter ideia, comparando a primeira semana do ano corrente com a atual, que ainda não chegou ao fim, observa-se um aumento de casos de Covid na ordem de 377%. Além disso, a quantidade de mortes também atingiu o seu patamar mais elevado nesta semana.

Diante da situação crítica, as máscaras voltaram a ser vistas nos rostos de parte dos paulistas, especialmente ao frequentar ambientes de grande circulação, como ônibus e estações de trem e metrô.

— Durante essa fase mais aguda da doença, é importante a retomada de medidas já conhecidas, como o uso de máscaras em locais não arejados com alto trânsito de pessoas e a vacinação para aqueles que se encontram em grupos de risco —afirma o especialista.

Segundo o vacinômetro disponibilizado pelo governo de São Paulo, 89,87% da população do estado está com o esquema vacinal completo. A cobertura é menor entre as crianças: considerando a faixa de seis meses a 11 anos, só 50,33% estão com esquema vacinal completo.

A nova onda, segundo o pesquisador, ocorre em outras partes do país e atingiu também o hemisfério norte, a exemplo da cidade de Nova York, nos Estados Unidos, onde hoje já se vê um declínio da doença.

De acordo com a Rede Genômica Fiocruz, o grupo da variante JN.1 foi responsável por 60% dos casos de Covid no Brasil em janeiro de 2024, dado mais recente tornado público. A JN.1 é descendente da variante Pirola (BA.2.86). Não há indícios de que ela altere os sintomas.

— A JN.1 possui mutações adicionais em comparação com outras subvariantes já altamente infecciosas. Isso afeta diretamente sua capacidade de evadir grande parte da imunidade protetiva conferida pelas vacinas e infecções anteriores. Para se ter uma ideia, a JN.1. tem mais de 30 mutações em comparação com a variante XBB.1.5., que foi a cepa dominante durante a maior parte de 2023 — diz o pesquisador.

Em nota, a secretaria estadual da Saúde disse que mantém o monitoramento constante do cenário epidemiológico, inclusive de variantes, em todo o território estadual e reforça a importância da vacinação contra a Covid, em especial as doses de reforço e a bivalente, segundo O Globo.

“Além da imunização contra a Covid-19, a SES ressalta que as medidas já conhecidas pela população seguem sendo fundamentais para combater o coronavírus, como higienização das mãos (com água e sabão ou álcool em gel) e etiqueta respiratória (ao tossir e espirrar, cobrir nariz e boca)”.

 

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