Proposta de anistia tem mínimas chances de avançar no Senado; até oposição está cética

Proposta de anistia tem mínimas chances de avançar no Senado; até oposição está cética

Compartilhe

Parlamentares alertam que a anistia poderia ser interpretada como um posicionamento contrário ao STF.

Uma semana após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pedir anistia para envolvidos nos eventos de 8 de janeiro, aliados do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e a base do presidente Lula na Casa afirmam que a possibilidade dessa pauta avançar é mínima. A oposição avalia que só um grande apoio popular faria a ideia ir adiante.

Senadores da base de Lula são categóricos ao rejeitar o projeto de anistia proposto pelo senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), enfatizando a necessidade de responsabilizar quem agiu contra a ordem democrática. Alguns alertam que a anistia poderia ser interpretada como um posicionamento contrário ao Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, reforçando a importância de prosseguir com as investigações.

Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, destaca a diferença entre os golpistas e os militares anistiados após a ditadura. Ele questiona a necessidade de anistia em um cenário onde a nação já se encontra pacificada após a eleição, argumentando que atentados à democracia devem enfrentar a devida justiça.

A oposição e setores próximos ao governo convergem na preocupação com a imagem internacional do Brasil, considerando o impacto negativo de um perdão aos invasores do Palácio do Planalto, Supremo e Congresso Nacional.

Bolsonaristas salientam que nem todos os detidos em Brasília participaram ativamente da invasão, buscando minimizar a responsabilidade dos envolvidos. Hamilton Mourão, autor do projeto de anistia, justifica a proposta pela suposta incapacidade do STF em individualizar as condutas dos presos, alegando que estão sendo julgados na última instância do Judiciário.

O líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), ressalta a tradição brasileira de anistias, mas sublinha a necessidade de mobilização popular para a pauta avançar no Congresso. Ele destaca a importância do humor das ruas, da pressão da sociedade e da conexão entre parlamentares e eleitores nesse processo.

 

Compartilhe

%d blogueiros gostam disto: