Representantes do Hamas chegaram ao Cairo, Egito, no domingo para participar das negociações sobre uma possível trégua na guerra de Gaza. No entanto, até o momento das negociações, Israel optou por não enviar sua delegação, alegando que o grupo palestino se recusou a compartilhar a lista de reféns ainda vivos no território sitiado.
A mídia israelense relatou que Israel reteve sua delegação após o grupo palestino se recusar a fornecer respostas claras, especialmente em relação à lista de cativos. “Não há delegação israelense no Cairo. O Hamas se recusa a fornecer respostas claras e, portanto, não há razão para enviar a delegação israelense”, afirmou o veículo de comunicação israelense Ynet, citando autoridades não identificadas.
Um alto funcionário do Hamas afirmou à Aljazira que sua delegação estava no Cairo para se reunir com representantes do Egito e do Catar, apresentando a visão do movimento. No entanto, a presença ou ausência de uma delegação israelense não é uma preocupação para o grupo.
As negociações ocorrem em meio a uma proposta de trégua discutida, que inclui um cessar-fogo de seis semanas e a libertação de cativos considerados vulneráveis pelo grupo palestino, como doentes, feridos, idosos e mulheres. Uma autoridade dos EUA indicou que Israel havia concordado com essa estrutura de acordo.
Israel e o Grupo armado palestino fizeram várias exigências em meio à pressão crescente dos EUA para fechar um acordo para que uma trégua entre em vigor antes do início do Ramadã, esperado por volta de 10 ou 11 de março. O acordo poderá trazer a primeira trégua prolongada da guerra, que dura desde 7 de Outubro, com apenas uma pausa de uma semana em novembro. Mas não conseguiria cumprir a principal exigência do Hamas de um fim permanente da guerra, segundo o Vermelho.
No entanto, o grupo palestino e Israel ainda têm várias exigências em discussão. O Hamas continua a exigir uma retirada militar completa de Israel da Faixa de Gaza e o retorno total das pessoas do norte. Enquanto isso, um acordo de trégua também pode levar à libertação de prisioneiros detidos pelo Hamas em troca da libertação de detidos palestinos por Israel, além de aumentar a entrega de ajuda humanitária para a população de Gaza, que enfrenta uma situação desesperadora de fome.
Os israelenses dizem que mesmo que haja uma pausa de seis semanas, continuarão as suas atividades militares. Ainda no domingo, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que em nenhuma circunstância a guerra terminará até que haja uma derrota total do Hamas.
A guerra em Gaza, que começou em 7 de outubro, resultou em um grande número de mortes e reféns de ambos os lados, com milhares de vítimas civis e grandes danos à infraestrutura da região. O desenrolar das negociações no Cairo pode determinar o futuro imediato da situação em Gaza e influenciar os esforços para alcançar uma paz duradoura na região.