A deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) vive seu inferno astral com as ações que chegam ao Supremo Tribunal Federal (STF) com potencial para acabar com sua carreira política.
Numa ação, sobre o porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, ela já virou ré no Supremo.
Em breve, a PF deve enviar à corte uma representação com pedido de indiciamento no caso da invasão dos computadores do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
Na semana passada, por não ser encontrada na residência e nem no gabinete, a parlamentar recebeu intimação do STF no plenário da Câmara.
A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), os ministros instauraram inquérito para apurar a conduta da deputada na véspera do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
A deputada perseguiu de arma em punho o jornalista Luan Araújo, no bairro Jardins, em São Paulo (SP). Dentro de uma lanchonete, a deputada ordenou que ele se deitasse no chão.
Os ministros André Mendonça e Nunes Marques, ambos indicados por Bolsonaro, votaram para que o inquérito fosse enviado a uma das varas criminais de São Paulo. Os demais entenderam que a denúncia apresentou elementos suficientes para a abertura de ação penal pelo próprio STF, segundo o Vermelho.
No caso da invasão dos computadores, a PF já tem provas de que Zambelli pagou o hacker Walter Delgatti Neto para invadir o sistema do CNJ. Além dela, a PF investigou seus assessores.
Delgatti contou que invadiu o sistema a pedido da deputada, que foi responsável em repassar o mandado de prisão falso contra Moraes para inserção no banco de dados do órgão.
Na ocasião, foram inseridos dez alvarás de soltura no sistema. O hacker disse que, nessa fraude, está envolvido Thiago Eliezer Martins Santos, um hacker parceiro, que foi preso em 2019 na operação Spoofing.
A expectativa é que a representação seja entregue ao STF ainda esta semana. Os investigadores já colheram todos os depoimentos e estão trabalhando no documento.