Titular da Fazenda abriu primeira reunião de ministros de Finanças e chefes de Bancos Centrais do grupo, e defendeu ‘nova globalização socioambiental’, tributação global de super-ricos e reformas em organismos internacionais.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na abertura da reunião dos ministros das Finanças do G20, que começou nesta quarta-feira em São Paulo, que a pobreza e a desigualdade precisam ser enfrentados como problemas globais e que os países ricos não podem dar as costas ao mundo e focar apenas em soluções nacionais.
Ele defendeu ainda uma tributação mínima global sobre os mais ricos, como havia antecipado ao GLOBO no fim de semana. Haddad fez a abertura de forma remota por ter sido diagnosticado com Covid.
— Precisamos entender as mudanças climáticas e as pobrezas como desafios globais a serem enfrentados. É hora de redefinirmos a globalização. Os temas que a presidência brasileira propôs para essa primeira reunião emergem do objetivo de construir uma nova globalização, centrada na cooperação internacional — afirmou Haddad.
O objetivo do país é promover três temas centrais durante o encontro: combate à fome, luta contra a pobreza e desigualdade; desenvolvimento sustentável; e reforma da governança global. Para isso, duas forças tarefas foram criadas no G20: a Aliança Global Contra Fome e a Pobreza e a Mobilização Global Contra a Mudança do Clima.
Haddad destacou que o não enfrentamento desses temas terá como consequência a ampliação das crises humanitárias e imigratórias, e defendeu que haja uma “nova globalização socioambiental”. O Brasil também quer um alívio no peso da dívida das nações menos desenvolvidas e o aumento da influência dos países emergentes em organizações como o FMI e o Banco Mundial.