O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou as manifestações bolsonaristas deste domingo (25), na avenida Paulista, em São Paulo, como “protesto contra a democracia” e “em defesa do golpe”.
A declaração foi dada ao jornalista Kennedy Alencar, da emissora de televisão Rede TV. A entrevista foi exibida nesta terça (27).
“Não é possível você negar um fato. Eles fizeram uma manifestação grande em São Paulo. Mesmo quem não quiser acreditar, é só pegar a imagem que tem a manifestação grande. Como as pessoas chegaram lá, é outros 500 (sic). O dado concreto é que foi uma manifestação em defesa do golpe”, disse Lula.
Para o presidente, Bolsonaro “confessa o crime” ao pedir anistia aos golpistas presos no 8 de janeiro e nas operações deflagradas pela Polícia Federal (PF).
“Quando o cidadão lá pede anistia, ele tá dizendo: ‘Não, perdoe os golpistas’. Tá confessando o crime”, afirmou Lula. Na manifestação, o líder da extrema-direita apelou ao Congresso Nacional pelo perdão aos “pobres coitados” que participaram da invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília.
“Quer apagar a bobagem que fez? A bobagem é que ele se acovardou, pensou o golpe, não teve coragem, foi embora para os Estados Unidos com antecedência achando que ia acontecer e que a sociedade ia ser todo mundo apavorado e ele ia voltar dos EUA ungido pelas massas”, disse.
Nesse sentido, o presidente Lula enfatizou que é contra qualquer projeto de anistia aos golpistas e ressaltou que as investigações sobre o 8 de Janeiro ainda estão em curso. “Eles nem foram julgados ainda, eles estão presos como garantia da paz e da ordem deste país. Ainda não descobriu quem mandou, financiou, porque houve uma tentativa de golpe”.
Lula ainda admitiu que a manifestação foi grande, mas levantou suspeitas quanto a forma como as pessoas foram convencidas a irem ao ato. “Mesmo quem não quiser acreditar, é só ver a imagem. Como as pessoas chegaram lá, ‘é outros 500′”. E destacou que o protesto foi “em defesa do golpe”.
Além disso, ressaltou o clima de temor entre Bolsonaro e seus apoiadores que discursaram medindo as palavras, como forma de evitar ainda mais problemas com o Judiciário. “Eles todos com muito medo, muito cuidado. (…) De qualquer forma, é importante a gente ficar atento, porque essa gente está demonstrando que não está para brincadeira”, acrescentou.