Corte Internacional de Justiça agora julgará “décadas de apartheid” e pode questionar a Guerra dos Seis Dias.
Sem previsões de Israel findar a guerra em Gaza e fronteiras, a Autoridade Palestina decidiu entrar com esforços jurídicos para mostrar que os ataques do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não são contra o Hamas, mas de décadas de apartheid contra os palestinos.
É nesse sentido que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) das Nações Unidas iniciou, nesta segunda-feira (19) uma série de julgamentos sobre Israel. Mesmo após a continuidade das ofensivas do país contra os palestinos e a expansão a outros territórios, os ataques de Israel, em si, não entram nestas audiências, uma vez que o julgamento deste caso já foi concluído.
Desta vez, à diferença do julgamento anterior, que estabeleceu, de maneira geral, os limites que Israel deveria tomar nos confrontos, não só a Palestina, como outras 50 nações apresentaram argumentos no Tribunal superior da ONU para devolver a ocupação dos territórios palestinos que passaram a ser de Israel em 1967, na Guerra dos Seis Dias.
Naquele confronto, Israel conseguiu ocupar os territórios da Faixa de Gaza, da Cisjordânia, Jerusalém Oriental, Colinas de Golã, na Síria, e Península do Sinai, no Egito.
Em 2005, Israel retirou as forças de Gaza, controlando apenas a fronteira com o Egito, além de Jerusalém Oriental e Colinas de Golã, que permaneceram sob o controle de Israel.
Assim, desde hoje até a próxima segunda-feira, dia 26 de fevereiro, o tribunal irá escutar os argumentos de mais de 50 países.
Palestina, Riyad al-Maliki, argumentou que a guerra vista hoje é só uma ponta das “décadas de discriminação e apartheid contra palestinos”, promovendo deslocamentos forçados, que são os refugiados, a subjugação ou a morte.
“A única solução consistente com o direito internacional é que essa ocupação ilegal chegue ao fim imediato, incondicional e total”, alegou Riyad al-Maliki, no tribunal internacional.
O objetivo da Palestina neste julgamento é acrescentar elementos para as instituições jurídicas internacionais sobre os confrontos. Segundo o país, as ações do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não se restringem à guerra contra o Hamas, mas contra o povo palestino.
Os dados do conflito mostram que nos ataques iniciados desde 7 de outubro, 29 mil palestinos morreram contra 1.200 israelenses.
*GGN