Conversas entre Mauro Cid e Marcelo Câmara revelam monitoramento da rotina do ministro do STF Alexandre de Moraes, chamado de “professora”.
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinham “chances reais de consumar a subversão do regime democrático, capturando e detendo” o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, segundo apontou a Procuradoria-Geral da República (PGR) com base nas investigações da Polícia Federal (PF), diz o Metrópoles.
Conversas do coronel da reserva do Exército Marcelo Câmara, segurança de Bolsonaro, e do ex-ajudante de ordens do então presidente da República Mauro Cid revelaram um suposto monitoramento da rotina de Moraes, que era chamado de “professora” nos diálogos.
Em 24 de dezembro de 2022, Mauro Cid pergunta a Marcelo Câmara: “Onde a professora está?”. Segundo as investigações, o ex-ajudante de ordens se referia a Moraes. Em resposta, o coronel da reserva diz: “Deixa eu verificar. Está em SP – volta dia 31 à noite para posse [do presidente da República eleito]”.
Na decisão de 135 páginas em que autorizou a megaoperação contra Bolsonaro e aliados, deflagrada nesta quinta-feira (8/2), Moraes afirmou que o grupo agia com uma “dinâmica de inteligência paralela” e tinha acesso privilegiado a informações com “ações de vigilância e monitoramento em níveis avançados”.
“O acesso privilegiado às informações sensíveis e às circunstâncias identificadas evidenciam ações de vigilância e monitoramento em níveis avançados, o que pode significar que, sobretudo por meio da atuação de Marcelo Costa Câmara, o grupo criminoso utilizou equipamentos tecnológicos fora do alcance legal das autoridades de controle oficiais”, completou a PGR.