O ministro do STF Alexandre de Moraes prorrogou um dos inquéritos sobre os ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Moraes estendeu o prazo das diligências em 180 dias. Segundo o despacho do ministro, a prorrogação foi determinada “considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, com a realização das diligências ainda pendentes”. A decisão é de sexta-feira (2) e entrou no sistema do STF hoje (5).
Bolsonaro foi incluído no inquérito em janeiro de 2023
O ex-presidente entrou para a lista de investigados a pedido da PGR. A solicitação foi acolhida por Moraes, que afirmou que, como consequência da conduta de Bolsonaro, é possível observar o mesmo modus operandi de divulgação usada por suposta organização criminosa investigada no inquérito, diz o Uol.
Moraes citou “intensas reações” de Bolsonaro nas redes sociais. Para o ministro, a publicação de discurso de ódio em plataformas digitais por parte do ex-presidente também configuram comportamento semelhante ao das pessoas que incitaram os ataques que destruíram a Praça dos Três Poderes.
O ministro disse que o ex-presidente também repete condutas investigadas no inquérito das milícias digitais. “Circunstâncias que, em tese, podem ter contribuído de maneira muito relevante para a ocorrência dos atos criminosos e terroristas”, disse Moraes.
PGR disse ter visto ‘indícios fortes’ de incitação
Representação foi entregue durante o mandado de Augusto Aras na PGR. Os integrantes do MPF disseram que Bolsonaro, ciente da escalada da violência em Brasília, incitou a população ao divulgar o vídeo com informações falsas e ataques ao sistema eleitoral, se valendo de sua influência sobre apoiadores.
MPF relembrou que não foi a primeira vez que Bolsonaro utiliza suas redes sociais para promover conteúdos contra o sistema eleitoral e atacar as instituições. Ao longo do mandato e, especialmente durante a campanha eleitoral, o ex-presidente tentou colocar em xeque o processo eleitoral com informações falsas.