Advogado de Deltan Dallagnol, juiz que teria beneficiado o ex-procurador da Lava Jato e uma nomeada a Conselho pelo próprio Moro.
Advogado de Deltan Dallagnol, juiz que teria beneficiado o ex-procurador da Lava Jato e uma nomeada a Conselho de Segurança pelo próprio Sergio Moro. Esses são os três candidatos da lista tríplice ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), que julgará a cassação do ex-juiz e senador Sergio Moro (União-PR) na semana que vem.
Na noite desta quinta (01), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enviou a lista de candidatos que o Tribunal votou para ocupar um cargo no TRE-PR. O TRE-PR, por sua vez, julgará nos próximos dias uma ação que poderá cassar a candidatura do senador Sergio Moro. A decisão final do novo juiz eleitoral caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A ação de cassação de Sergio Moro pelo Tribunal estava marcada para o dia 19 de fevereiro, mas foi adiantada para a próxima quinta-feira (08). Entretanto, processos como o do senador só podem ser julgados pela composição completa do colegiado. Por isso, a ação poderia sofrer um atraso, até a conclusão da entrada do novo juiz.
A lista do TRE é composta por José Rodrigo Sade, Roberto Aurichio Junior e Graciane Aparecida do Valle Lemos. Os três já têm experiência no Tribunal, ocupando o TRE-PR como magistrados substitutos em anos anteriores.
Entretanto, o currículo de alguns deles chama a atenção.
José Rodrigo Sade, por exemplo, já foi advogado do ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, aliado de Sergio Moro. Enquanto juiz substituto no TRE-PR, Sade se declarou impedido de julgar ações de Dallagnol.
Roberto Aurichio Junior já atuou no TRE-PR como juiz substituto ao longo dos últimos dois anos e tomou decisões que favoreceram Dallagnol, como a de proibir que veículos e blogs divulgassem que a candidatura de Deltan a deputado federal tinha sido indeferida.
À época, Dallagnol chegou a compartilhar a decisão de Aurichio nas redes sociais, elogiando-o.
Graciane Aparecida do Valle Lemos também foi juíza substituta no TRE-PR e em 2019 foi nomeada ao Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (CNSP), um órgão consultivo – portanto, independente – mas ligado ao Ministério da Justiça.
Ela foi nomeada ao cargo quando Sergio Moro era o ministro da Justiça, considerada por “notórios conhecimentos na área de políticas de segurança pública e defesa social e com reputação ilibada”. Mas ela permanece no Conselho ainda hoje, no governo Lula.
*Patrícia Faermann/GGN