Ataques no Mar Vermelho, lançados para expressar solidariedade com os palestinos em Gaza, forçaram navios a tomar rotas mais longas.
O comandante do grupo rebelde iemenita Houthi, Mohamed al-Atifi, afirmou nesta segunda-feira (30/01) que as tropas estão prontas para um “confronto de longo prazo” com os Estados Unidos e o Reino Unido”.
“Estamos preparados para um confronto de longo período com as forças da tirania. Os norte-americanos, ingleses e os que se coordenaram com eles devem perceber a força da decisão soberana iemenita, e que não há nenhum debate ou disputa sobre ela”, disse al-Atifi.
Na semana passada, a milícia Houthi do Iêmen, apoiada pelo Irã, retomou os ataques com mísseis e drones a navios comerciais no Mar Vermelho e anunciou que estava colocando suas tropas em alerta máximo em antecipação a uma resposta militar dos EUA ou de outras nações.
Yahya Sarea, porta-voz do grupo, assumiu a responsabilidade por disparar dois drones contra o petroleiro Swan Atlantic e o navio cargueiro MSC Clara, depois que eles ignoraram o aviso dos Houthis.
“Continua, proibindo quaisquer navios de qualquer nacionalidade que viagem para portos israelenses vindos dos mares Árabe e Vermelho até que tragam os alimentos e medicamentos de que os nossos irmãos na Faixa de Gaza precisam”, disse Sarea num comunicado.
Yusuf Al-Madani, comandante da Quinta Região Militar dos Houthis, que inclui a cidade de Hodeidah, prometeu atacar quaisquer forças militares que procurem impedir o grupo de atacar navios com destino a Israel, afirmando que as suas forças foram colocados em alerta máximo para enfrentar ataques de represália.
Os Houthis lançaram mísseis e drones contra navios comerciais e da marinha no Mar Vermelho como parte da promessa da milícia de bloquear navios com destino a Israel até que as forças israelenses parem de bombardear Gaza.
Início da escalada no Iêmen
Logo após o início dos bombardeios israelenses a Gaza, militantes Houthis do Iêmen lançaram uma série de ataques a navios comerciais nas rotas marítimas e em torno do Mar Vermelho. Os militantes anunciaram que os seus ataques foram conduzidos para apoiar o povo palestino e continuariam até que um cessar-fogo fosse estabelecido.
A ameaça foi levada a sério e as companhias de transporte marítimo e de seguros começaram a desviar grandes navios cargueiros do Mar Vermelho para uma rota mais longa em torno de África — acrescentando tempo e custos significativos ao transporte marítimo global.
Os Houthis, conhecidos oficialmente como Ansar Allah (apoiadores de Deus), são uma organização xiita iemenita que há décadas luta pelo poder no Iêmen. O Irã forneceu apoio político, financeiro e militar ao longo dos anos, mas eles continuam a ser uma força iemenita independente.
Juntamente com a implantação de porta-aviões para “dissuadir o Irã”, os Estados Unidos dizem que estão atacando alvos dentro do Iêmen para “degradar a capacidade dos rebeldes Houthis”. Mas anos de bombardeios sauditas muito mais intensos, apoiados pelos EUA, não conseguiram destruir a capacidade militar do grupo.
*Opera Mundi