Bolsonaristas já avaliam plano B para disputar a prefeitura do Rio, após Ramagem ser alvo de operação da PF.
A avaliação é que essa foi apenas uma primeira etapa do que vem por aí. A possibilidade de Ramagem vir a ser preso nos próximos meses esteve em boa parte das conversas dos bolsonaristas.
Embora não admitam abertamente, bolsonaristas já estão pensando em um plano B para substituir o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) como candidato do grupo à prefeitura do Rio. A operação da Polícia Federal deflagrada nessa quinta-feira (25), com as revelações que foram divulgadas ao longo do dia sobre o esquema de monitoramento de adversários do governo Bolsonaro promovido pela Agência Brasileira de Informação (Abin), mudaram a escala de pessimismo dos bolsonaristas que articulam a pré-candidatura Ramagem, como informou Lauro Jardim, em O Globo.
Como relata Octavio Guedes, no g1, o nome de Ramagem como pré-candidato do PL foi confirmado duas semanas após a primeira operação da PF para investigar os crimes de espionagem da Abin (a operação dessa quinta foi um desdobramento). Criou-se então a suspeita de que seu nome foi lançado para a disputa eleitoral com o objetivo de se criar a narrativa de “perseguição política” – uma vez que ele fatalmente seria incluído na investigação por ter chefiado a Abin no período em que os supostos crimes ocorreram.
Ramagem foi lançado pré-candidato pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 27 de outubro, durante evento em Goiânia, atropelando nomes com mais apelo eleitoral no PL, como Flávio Bolsonaro e o general Braga Netto. Ainda havia outros nomes em cogitação, como o senador Carlos Portinho e o general Pazuello, também deputado federal.
Nessa sexta-feira (26), porém, a enxurrada de informações sobre as investigações da PF levou a um consenso na tropa bolsonarista: a operação dessa quinta-feira foi o início do fim da possibilidade de Ramagem ser prefeito.
Simplesmente porque ele será abatido antes de ser lançado oficialmente candidato — de acordo com a regras do TSE, a oficialização das candidaturas a prefeito só acontece entre o fim de julho e o inicio de agosto nas convenções partidárias.
A avaliação é que essa foi apenas uma primeira etapa do que vem por aí. A possibilidade de Ramagem vir a ser preso nos próximos meses esteve em boa parte das conversas dos bolsonaristas.
Ninguém, no entanto, admitirá nada disso publicamente. Não é a hora de lançar ao eleitor qualquer tipo de dúvida sobre a candidatura do ex-chefe da Abin.