“RNEST vai gerar 30 mil empregos, faturar US$ 100 bilhões por ano e refinar 260 mil barris de petróleo por dia. Isso é o que importa”, escreve Aquiles Lins.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou nesta quinta-feira (18) a retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Ipojuca. Ao lado do presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), e de ministros e políticos aliados, Lula defendeu a importância da obra para a soberania energética do país e criticou a perseguição política executada pela Lava Jato contra ele e os interesses nacionais.
A Refinaria Abreu e Lima será a mais moderna do país. Em pleno funcionamento, terá faturamento de US$ 100 bilhões por ano, segundo o presidente. Além disso, serão criados 30 mil postos de trabalho diretos e indiretos com a ampliação da refinaria. Quando as obras estiverem concluídas, em 2028, a RNEST aumentará sua capacidade para processar 260 mil barris de petróleo por dia.
A obra de ampliação da Refinaria Abreu e Lima é uma pequena revolução na geração de energia do país, depois de seis anos de desmonte, privatizações e esquartejamento da capacidade de produção pela Petrobrás, provocados pelo golpe de 2016. Qualquer ser humano com o mínimo de racionalidade e compreensão da importância da geração própria de energia para um país estaria celebrando a retomada da ampliação da RNEST. Afinal, serão mais de 13 milhões de litros de Diesel S10 adicionados à produção diária nacional, quando estiver com sua capacidade máxima instalada. Significa que o país deixará de importar 13 milhões de litros de diesel por dia, seja dos Estados Unidos, da Rússia ou de quem que seja.
Apesar de todos esses números, o que o leitor brasileiro leu e assistiu nas manchetes da mídia corporativa foi um festival de viralatismo, choradeira, má fé e generosas pitadas de desinformação. O jornal O Estado de S. Paulo (sempre ele) escreveu editorial nesta sexta-feira (19) protestando contra a retomada das obras de ampliação da Refinaria Abreu e Lima. Abertamente em defesa de um Brasil colônia, o jornal conservador afirma que “o Brasil que está de volta é o Brasil que jamais deveria ter voltado”. Vê se pode?!
Na CNN, o telespectador assistiu ao jornalista William Waack, que já protagonizou cena racista, dizer que Lula “volta ao lugar símbolo de um crime”. Um outro, da Veja, de nome Ricardo Rangel, teve a desfaçatez de dizer que a ida de Lula a Pernambuco, acima de tudo seu estado natal, era “um erro”. O enredo é o de sempre: restos mortais de narrativas da Lava Jato, massificados pelos mesmos veículos da mídia corporativa. Ninguém destes veículos que ainda formam boa parte da opinião da população se importa com a soberania do país, com a importância da autossuficiência na produção de diesel, que será alcançada com a Refinaria Abreu e Lima. Esta mídia lavajatista nunca escondeu que quer um Brasil eternamente dependente do exterior. Um Brasil que exporta comida e petróleo cru, enquanto compra gasolina e produtos de valor agregado.
Para esta mídia corporativa brasileira, digo o seguinte: chorem! Porque vai ter, sim, Brasil com maior capacidade de refino de petróleo. Vai ter, sim, produção com alto valor agregado em Pernambuco, no Nordeste. Enquanto esses cães midiáticos ladram, a caravana do desenvolvimento está passando. Viva a ampliação da RNEST.
*Aquiles Lins/247