Entre 1904 e 1908, o Império Alemão conduziu o primeiro genocídio do século XX no território da Namíbia. Os soldados alemães receberam ordens para matar e expulsar todos os nativos das etnias Herera e Nama — que resistiam ao roubo de suas terras pelos colonizadores.
Em quatro anos, a Alemanha exterminou 70% de todo o povo Herera e 50% do povo Nama. Após uma série de massacres brutais, os alemães afugentaram os nativos para os desertos de Kalahari e Namibe e os impediram de retornar ou avançar rumo às nações vizinhas, matando-os de fome e sede. Outra estratégia adotada foi o envenenamento dos poços e a destruição das fontes de alimento.
Os sobreviventes foram levados para campos de concentração. Lá, eles recebiam um número de identificação e eram usados como mão de obra escrava, sendo alugados para trabalhar para as empresas alemãs que operavam na África Meridional. Eram submetidos ao tratamento extremamente brutal. A taxa de letalidade em alguns campos de concentração era superior a 80%. Os prisioneiros também foram submetidos a experimentos científicos horrendos a fim de provar teses do supremacismo racial.
O chanceler alemão advertiu ao governo do país que as ações conduzidas na Namíbia eram “contrárias aos princípios cristãos e aos direitos humanos” e que iriam prejudicar a reputação internacional da Alemanha. O Império Alemão respondeu que não havia motivo para se preocupar e que os Hereros não estavam protegidos pela Convenção de Genebra sobre os direitos humanitários, uma vez que “não eram humanos de verdade, mas sub-humanos”.
Hitler não criou nada novo. Só aplicou a novos grupos étnicos o que a Alemanha já estava acostumada a fazer em suas colônias.
*Pensar História