Mais um passo por uma maior integração sul-americana será dado este ano. Trata-se das obras de construção da Ponte Internacional de Guajará-Mirim, no município de Rondônia.
Neste ano o governo brasileiro, pelo Ministério dos Transportes, deve iniciar o projeto da ponte binacional entre Brasil-Bolívia sobre o Rio Mamoré, considerado um dos destaques no Novo PAC.
O investimento previsto é de R$ 429,5 milhões para ligar a BR-425/RO em Guajará-Mirim a Guayaramerín, na Bolívia, nesta que deve ser mais uma rota bioceânica e visa facilitar o transporte e baratear o frete nacional. O edital da obra foi lançado em novembro passado.
Segundo o Ministério, a extensão da ponte é de 1,22 quilômetros, com largura de 17,3 metros e previsão de execução em 36 meses. Estima-se que a obra movimente mais de 4 mil contratações.
O projeto visa proporcionar maior integração sul-americana, além de oferecer acesso ao Oceano Pacífico ao passar pela Bolívia e alcançar a costa chilena e peruana. Esta infraestrutura logística tem fundamental importância quando se pensa em exportar produtos agroindustriais brasileiros, principalmente do Centro-Oeste, mas sem desconsiderar a produção do Norte e Sudeste.
Alcançar o outro oceano pelo trecho pode baratear os custos para muitas cadeias produtivas que utilizam os portos brasileiros.
Segundo o Ministério dos Transportes, outras obras que o governo investe em todo o território para facilitar rotas bioceânicas são:
- construção do acesso à terceira ponte internacional entre Brasil e Paraguai;
- recuperação e adequação de 104 quilômetros de pavimento da BR-267/MS;
- ponte internacional que liga as cidades de São Borja, no Rio Grande do Sul, a de Santo Tomé, na Argentina;
- pavimentação da BR-285/RS/SC;
- a ponte internacional da Integração Brasil-Paraguai, que liga Foz do Iguaçu (PR) a Presidente Franco, cidade paraguaia vizinha a Ciudad del Este;
- a segunda ponte sobre o Rio Jaguarão, na BR-116/RS.
Demanda histórica
Em 1903, ao firmar o Tratado de Petrópolis, ficou estabelecido que a Bolívia teria o direito de ter ligação ao mar (Oceano Atlântico) pelo território brasileiro.
O tratado foi o que estabeleceu, há 120 anos, que o território que hoje é o estado do Acre fosse incorporado ao Brasil, enquanto a Bolívia ficou com uma pequena faixa de terra, que hoje estaria no Mato Grosso, além de um pagamento e outros compensações, como a do acesso ao território.
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Na cerimônia de lançamento do edital o ministro de Obras Públicas, Serviços e Vivenda do Estado Plurinacional da Bolívia, Edgar Montaño Rojas, disse: “Desde o Tratado de Petrópolis que sonhamos com uma maior integração com o Brasil, como a que essa ponte irá nos proporcionar. Ficamos muito agradecidos em finalmente conseguir levar esse projeto adiante”.
*Com informações Ministério dos Transportes