Ministro mais antigo do STF critica ocupação de fardados em cargos civis e “doutrina Villas Bôas” sobre poder moderador e afirma que tentou tirar teorias conspiratórias da cabeça de Bolsonaro.
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse à CNN que é preciso despartidarizar e despolitizar a atuação dos agentes de segurança e impor um período de quarentena para disputa das eleições a fim de evitar a repetição de atos como os do 8 de janeiro.
As medidas, segundo o magistrado, passam por repensar o papel das polícias e das Forças Armadas, e devem ser acompanhadas de uma “consciência de defesa da democracia”.
“Temos que nos perguntar o que fazer para evitar que isso se repita. E acho que estamos falhando um pouco. Não basta só essa normalidade que estamos vivendo, de respeito recíproco aos Poderes”
Gilmar também criticou a ocupação por militares em cargos civis, principalmente durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e a “condescendência” de fardados com acampamentos de manifestantes na frente dos quartéis.
Para o ministro, episódios anteriores como o ataque à sede da Polícia Federal (PF) e a tentativa de explodir uma bomba perto do aeroporto de Brasília, ambos em dezembro, foram uma espécie de “gestação de um processo de terrorismo” que antecedeu o 8 de janeiro.
“Era possível antever que havia algo de anormal nesse contexto”, afirmou o magistrado. “Muito provavelmente isso estava sendo gestado nos quartéis e nesses grupos que lá estavam