Israel anunciou nesta segunda-feira (1º) que vai retirar parte dos seus soldados da Faixa de Gaza, em um recuo temporário após três meses de guerra. O país alegou que a mobilização tem um alto custo para a economia. Além disso, o país enfrenta pressão dos Estados Unidos para reduzir as operações.
A guerra já matou mais de 20 mil palestinos, segundo autoridades locais. O porta-voz militar Daniel Hagari disse que a retirada não significa o fim da luta e que alguns soldados voltarão ao serviço no ano que vem. Ele não comentou a pressão norte-americana.
Os combates seguem intensos na região. Segundo um comunicado militar, duas brigadas de reservistas voltam para casa nesta semana e três brigadas vão para treinamento. Elas somam cerca de quatro mil soldados. O número total de militares em Gaza não foi divulgado.
“Essa movimentação deve aliviar de forma significativa os impactos econômicos e permitir que eles [tropas] ganhem força para atividades no próximo ano”, disseram os militares.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, deve retornar para Israel no começo do mês para novas conversas sobre a guerra, de acordo com fontes do governo norte-americano, depois de se reunir com um assessor do premier israelense Benjamim Netanyahuna semana passada, em Washington, ao lado de Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca. Os três discutiram a transição para uma fase diferente da guerra, para “maximizar o foco em alvos de grande importância do Hamas”, disse a fonte.
Israel começou a operação militar contra o Hamas depois que 1,2 mil pessoas foram mortas em um ataque liderado pelo grupo palestino, no dia 7 de outubro. Mais de 240 pessoas foram feitas reféns, de acordo com autoridades israelenses. Em resposta, Israel lançou uma campanha para retirar o Hamas do comando de Gaza, com a mobilização de 350 mil reservistas.
Em Gaza, os quase três meses de guerra forçaram 85% dos dois milhões de habitantes de Gaza a saírem de casa, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), e muitos deles estão nas cada vez menores zonas seguras no sul do território. Muitos buscaram abrigo em hospitais e escolas, onde a busca diária por comida e água se tornou um desafio diário.
Os combates continuaram nesta segunda-feira (1). Pouco depois da meia-noite, quando israelenses e palestinos marcaram a chegada de 2024, o Hamas assumiu a responsabilidade por um ataque com mísseis que levou centenas de pessoas para abrigos na região central de Israel.
As tropas israelenses também atingiram alvos ao norte e na parte central de Gaza. Os militares anunciaram nesta segunda-feira, alegando que a ação tinha como alvo um comandante militar do Hamas. Não houve confirmação por parte do grupo palestino.