A segunda-feira (11) foi marcada por luto e solidariedade no acampamento Terra e Liberdade, do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Parauapebas, no Pará. No último sábado (11), nove trabalhadores morreram no local vítimas de um incêndio provocado por um curto-circuito durante a instalação de uma antena de internet que se chocou com fios de alta tensão.
Com a presença de parentes de vítimas, uma corrente para o amparo social das famílias enlutadas e de todas aquelas que permanecem acampadas foi formada, com a realização de um ato político em memória dos sem terra mortos na tragédia.
Segundo o MST, todas as vítimas fatais do incêndio compõem quadros da luta por reforma agrária, uma vez que até mesmo os três trabalhadores da empresa G5 Internet eram jovens do assentamento Lote 7, que fica próximo à região.
“Hoje é um dia de luto, que nós precisamos coletivamente abraçar as famílias que tiveram essa perda duríssima, fruto de um acidente, e nós não podemos perder a capacidade de se indignar, ao perder companheiros que tinham os mesmos sonhos de cada companheiro e companheira que está aqui, que é o sonho da terra prometida. Não podemos perder a resistência e a luta desta região, desde os tempos de Serra Pelada”, pontuou o coordenador nacional do MST durante o ato, João Paulo Rodrigues.
Uma comitiva formada por representantes de órgãos municipais, estaduais e federais se dirigiu ao acampamento após reunião no assentamento Palmares II, também localizado em Parauapebas. O momento de consternação pelas perdas também foi marcado por reivindicações por ações concretas que garantam segurança e vida digna às famílias acampadas na região.
Na área, são cobradas medidas emergenciais de acesso à água potável, cestas básicas, além de amparo psicológico e social de toda natureza, considerando a precariedade do ambiente em que as famílias acampadas se encontram provisoriamente.
*Com Brasil de Fato