A Organização Mundial de Saúde (OMS) denunciou neste domingo (10) que mais de 17 mil pessoas já morreram na Faixa de Gaza, desde o início dos ataques do Hamas contra Israel em 7 de outubro, sendo que quase metade dessas vítimas – 7,7 mil mortos – são crianças.
Jamil Chade, no UOL, conta que a OMS realizou uma reunião de emergência com os governos dos países árabes, Brasil e China, que manifestaram seu apoio à iniciativa. O diretor-geral da OMS, Tedros Gebreyesus, classificou a situação como “catastrófica” e disse que a população de Gaza está vivendo em condições desumanas. Segundo Tedros, há atualmente um chuveiro para cada 700 pessoas e uma latrina para 150 pessoas.
“Eu deploro os atos do Hamas que provocaram essa crise e compreendo a raiva e o medo do povo de Israel. Mas também quero destacar o sofrimento intolerável dos palestinos, que estão deslocados, sem água, sem comida, sem segurança. Ninguém está salvo, em nenhum lugar”, afirmou Tedros.
Ele informou que a OMS está trabalhando com as autoridades locais e as organizações humanitárias para prestar assistência médica e sanitária aos feridos e aos desabrigados. Ele pediu que as partes em conflito respeitem o direito internacional humanitário e permitam o acesso dos trabalhadores da saúde aos locais mais afetados.
Tedros também fez um apelo à comunidade internacional para que pressione por uma solução pacífica e duradoura para o conflito, que já deixou mais de 1.200 mortos do lado israelense. “Não podemos ficar indiferentes diante dessa tragédia. Temos que agir agora para salvar vidas e proteger os direitos humanos”, concluiu.
Ao mesmo tempo, 180 crianças nascem por dia em Gaza, em condições deploráveis. “O risco de epidemias é extremamente alto”, alertou a OMS, apontando como a crise deve piorar nas próximas semanas e diante do inverno que se aproxima.
Tedros ainda avisou aos governos, durante a reunião. “O sistema de saúde está de joelhos”, afirmou. Hoje, menos de um terço dos hospitais estão em operação.
O chefe da OMS ainda criticou o veto dos EUA, quando o Conselho de Segurança da ONU examinou há dois dias uma resolução que pedia um cessar-fogo em Gaza.
Durante a reunião neste domingo (10) , uma resolução apoiada pelo Brasil e governos árabes pedirá que a OMS atue para salvar vidas em Gaza.
Tedros, porém, insistiu que a tarefa que a agência receberá é “quase impossível nas atuais circunstancias” e insistiu sobre a necessidade de um cessar-fogo
Durante a reunião, o governo de Israel insistiu que não irá suspender sua operação em Gaza e garantiu que atua dentro do direito internacional, posição que é contestada pela ONU.
Meirav Shahar, a embaixadora de Israel, alertou que aquela era a única reunião da OMS realizada de forma emergencial e que outros conflitos não tiveram o mesmo tratamento. “Será que outras vítimas merecem menos ou existem regras diferentes para Israel?, disse.