A violência entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza já forçou cerca de 1 milhão de crianças a deixarem suas casas, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A diretora regional da agência da ONU para o Oriente Médio e norte da África, Adele Khodr, denunciou neste sábado (9) os assassinatos e ferimentos de crianças no território palestino, que não cessam.
“Perto de 1 milhão de crianças foram deslocadas à força das suas casas. Estão agora sendo empurradas cada vez mais para o sul, para áreas minúsculas e superlotadas, sem água, alimentos ou proteção, o que as coloca em risco acrescido de infecções respiratórias e doenças transmitidas pela água. As suas vidas estão ainda mais ameaçadas pela desidratação, subnutrição e pelas doenças”, afirmou a diretora.
Ela também afirmou que a Faixa de Gaza”é o lugar mais perigoso do mundo para ser criança” e que bairros inteiros foram destruídos pelos ataques.
Há semanas, o Unicef tem soado o alarme sobre a situação. “A nossa equipe no local descreve o encontro com crianças. Elas perderam membros e têm queimaduras de terceiro grau. Estão ainda em estado de choque pela violência contínua que as cerca”, declarou a diretora do Unicef, segundo o Metrópoles.
Para ela, os desafios colocados à entrega de ajuda vital que entra e atravessa a Faixa de Gaza são outra sentença de morte para as crianças. “As quantidades recebidas não são nem de longe adequadas em comparação com o nível de necessidade, e a distribuição da ajuda tornou-se um desafio cada vez maior devido aos bombardeamentos e à falta de combustível. O sistema humanitário fraqueja, especialmente sob a extrema pressão causada pelas medidas impostas após o fim do cessar-fogo, à medida que a população é empurrada ainda mais para o desespero”
O pedido do Unicef é “um cessar-fogo humanitário imediato e duradouro”. Pelo entendimento da instituição, está é a única forma de “acabar com a matança e os ferimentos de crianças”.
Há ainda um pedido para que a ajuda humanitária seja aceita. “O Unicef e as organizações humanitárias devem ter acesso seguro a todas as crianças e às suas famílias, onde quer que se encontrem na Faixa de Gaza, incluindo o norte”, considerou a diretora.