A incontrolável violência da polícia de Tarcísio: da Chacina no Guarujá ao ataque ao parlamento

A incontrolável violência da polícia de Tarcísio: da Chacina no Guarujá ao ataque ao parlamento

Compartilhe

Florestan Fernandes Jr.*

“Ao defender e elogiar a violência das PMs, Tarcísio repete o discurso linha dura de alguns governadores da ditadura militar”, escreve Florestan Fernandes Jr.

Bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta, golpes de cassetetes de borracha. Idosos, mulheres grávidas, parlamentares, servidores públicos e sindicalistas; cada um dos presentes no parlamento estadual de São Paulo na noite de ontem (06/11), carregou no seu próprio corpo as marcas da truculência da PM de Tarcísio de Freitas. O festival de pancadaria e violência ocorreu durante a votação da privatização da Sabesp, uma das maiores companhias de saneamento básico do mundo.

Além dos corpos dos populares presentes nas galerias da ALESP, a truculência policial vitimou gravemente o estado democrático de direito. Na trilha de seu “Mito” criador, o governador de São Paulo dá mostras do seu desapreço à liberdade de expressão, à livre manifestação popular e ao respeito à oposição parlamentar. Ou seja, o conceito de liberdade, que a eles parece tão caro, tratado quase como uma deidade, pelo visto, não é para todos… a liberdade é seletiva, só vale para quem pensa e age como eles.

Em um ano no poder, o governador carioca de São Paulo já deu mostras suficientes de que vai passar por cima de quem quer que se oponha ao seu projeto de entrega do patrimônio público paulista. E pelo andar da carruagem, assistiremos outras vezes, atônitos, Tarcísio destruindo martelos em leilões de empresas estatais, arrematadas pela especulação financeira. Uma repetição do que ocorreu na entrega do Rodoanel Norte para a Via Appia Fip Infraestrutura, da Corretora Sita, um fundo privado sem qualquer expertise em rodovias.

Mas para além do entreguismo das estatais, essa mesma cena ocorrida na ALESP, escancara algo que tem assombrado os paulistas: o empoderamento e a crescente violência de ações da PM.

Só no primeiro semestre desde ano, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, 155 pessoas foram mortas por PMs em serviço. Ou seja, uma alta de 26% em relação aos óbitos registrados no mesmo período do ano passado.

Um dos casos mais emblemáticos, apontando para essa crescente, foi a Chacina do Guarujá, que deixou ao menos 28 mortos em uma comunidade pobre da baixada santista. A ação é a mais violenta da polícia militar do estado, desde o Massacre do Carandiru, em 1992.

*247

Compartilhe

%d blogueiros gostam disto: