“Com ataques após trégua, fica claro que Israel quer a integral limpeza étnica de Gaza”, diz Ualid Rabah

“Com ataques após trégua, fica claro que Israel quer a integral limpeza étnica de Gaza”, diz Ualid Rabah

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Presidente da Federação Árabe e Palestina do Brasil chamou de “hipócrita” a ideia de cessar-fogo temporário: “quer dizer que o morticínio seguirá, e que lógica tem isso?”

O presidente da Federação Árabe e Palestina do Brasil (Fepal), Ualid Rabah, criticou duramente a volta dos ataques israelenses após a trégua de sete dias acordada com o grupo islâmico Hamas. De acordo com Rabah, a ideia de um cessar-fogo provisório foi “hipócrita” e a postura recente do Estado comandado por Benjamin Netanyahu evidencia o interesse em realizar uma limpeza étnica na Faixa de Gaza.

“A Fepal se manifesta absolutamente criticamente a essa ideia de cessar-fogo. A ideia de cessar-fogo, desta vez, foi ainda mais hipócrita, um cessar-fogo temporário para trocar reféns. Ou seja, a escala industrial de reféns feita pelo projeto colonial israelense na Palestina há 76 anos e que neste momento está na casa dos 6 mil – que eles chamam de prisioneiros – com os reféns israelenses feitos no dia 7 de outubro”, disse Ualid Rabah ao 247.

“É curioso você imaginar que tenha algum sentido uma pausa alegadamente humanitária e para troca de reféns, anunciando-a como provisória. Quer dizer que o morticínio seguirá, e que lógica tem isso? Esse é o primeiro aspecto. O segundo é que os ataques – sempre alegadamente como reação, mas Israel limpa etnicamente a Palestina há 76 anos, então estão reagindo a quê? À presença do povo palestino, porque o objetivo é eliminá-lo desta geografia chamada de Palestina”, acrescentou o presidente da Fepal.

Rabah denunciou a nova estratégia dos bombardeios israelenses, que passaram a se concentrar no sul de Gaza, para onde a população civil foi deslocada: “o terceiro elemento fundamental para nós compreendermos isso é que desta vez os ataques se concentraram no sul de Gaza, onde está concentrada agora a quase totalidade da população palestina da Faixa de Gaza. Nós temos, neste momento, entre 1.650.000 e 1.700.000 dos apenas 2.200.000 habitantes da Faixa de Gaza deslocados para o sul”.

“Então, neste momento, fica mais claro o que de fato quer o regime colonial israelense: a limpeza étnica da Faixa de Gaza ou, ainda, concentrar esta população numa região menor ainda para que o grau de morticínio seja maior”, concluiu

 

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