Entidade defendeu a liberdade de expressão e os direitos do editor do Opera Mundi, que é judeu e condena os crimes do estado de Israel.
A Associação Brasileira de Imprensa, por meio de sua Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos, divulgou uma nota, na noite desta quinta-feira 23, em defesa da liberdade de expressão, assegurada pela Constituição brasileira, e do jornalista Breno Altman, editor do Opera Mundi, que foi alvo de censura judicial após uma ação impetrada pela Confederação Israelita do Brasil. Altman é judeu e condena os crimes de guerra que vêm sendo cometidos pelo estado de Israel, diz o 247.
“Ser contra a política racista e colonial praticada por um governo não deve e nem pode ser considerado como um ato de desrespeito a uma religião ou determinado povo. No caso, o racismo tem sido praticado pelo governo de Netanyahu, que tem sido condenado até mesmo por judeus em diversas partes do mundo. Não apenas Altman”, aponta a nota. Leia abaixo a íntegra do posicionamento da ABI:
CENSURA A BRENO ALTMAN ATENTA CONTRA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E A DEMOCRACIA
O jornalista Breno Altman foi mais uma vez atacado por representantes do sionismo por suas posições a favor do povo palestino e de denúncia às práticas genocidas realizadas pelo governo de Israel contra a população da faixa de Gaza.
Desta vez, a CONIB (Confederação Israelita do Brasil) entrou com uma ação judicial solicitando que sejam deletados posts publicados por Breno em suas redes sociais, sob a alegação de que seriam textos antissemitas e, portanto, racistas.
Lamentavelmente o juiz Paulo Bernardi Baccarat, da 16ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), mesmo declarando sua posição de prestigiar a liberdade de expressão prevista na Constituição da República e garantida incansavelmente pelo Supremo Tribunal Federal(STF), acabou cometendo a censura que ele diz ser contra.
Na realidade ele se deixou confundir pela pressão da CONIB, classificando como “racista” a posição de Altman que condena o aparthheid promovido por Benjamin Netanyahu contra os palestinos, não apenas na Faixa de Gaza.
Ser contra a política racista e colonial praticada por um governo não deve e nem pode ser considerado como um ato de desrespeito a uma religião ou determinado povo. No caso, o racismo tem sido praticado pelo governo de Netanyahu, que tem sido condenado até mesmo por judeus em diversas partes do mundo. Não apenas Altman.
A Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e dos Direitos Humanos da ABI lamenta que o juiz Baccarat tenha cedido à pressão sionista da CONIB, desrespeitando nossa Constituição e toda jurisprudência já firmada pelo STF, impondo censura às postagens de Altman.
A CDLIDH da ABI ao mesmo tempo em que manifesta sua irrestrita solidariedade a Breno Altman solicita ao titular da 16ª Vara Cível do TJ-SP que reconsidere seu posicionamento, evitando assim atacar a Liberdade de Expressão que ele próprio diz prestigiar.
Vivemos em uma democracia, todos têm direito a expressar livremente sua opinião.