O chamado “gabinete do ódio” contava com uma sala no Palácio do Planalto, de onde difundia mensagens contra as instituições democráticas, como o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Andréia Sadi em seu blog, essa é uma das informações que consta da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro.
Cid afirmou à Polícia Federal que três assessores presidenciais utilizavam a sala para produzir parte do conteúdo que o então presidente difundia para seus contatos e nas redes sociais.
Cid prestou seu depoimento em 28 de agosto, como parte de seu acordo de delação firmado com a PF e homologado em 9 de setembro pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. A íntegra do material ainda não foi tornada pública.
As informações dadas pelo militar reforçam a principal suspeita da PF no inquérito das milícias digitais, de que Bolsonaro e aliados usaram a estrutura do governo para atacar e tentar fragilizar as instituições.
O chamado “gabinete do ódio”, segundo o relato de Cid, era formado por Tércio Arnaud Tomaz, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz — referidos no depoimento apenas por seus primeiros nomes.
Tomaz e Gomes foram nomeados assessores especiais do gabinete pessoal do presidente em janeiro de 2019, no início do governo Bolsonaro. Diniz ocupava um cargo na Secretaria de Comunicação.
Esse núcleo, ainda segundo Cid, tinha “relação de subordinação” com o vereador Carlos Bolsonaro, que “ditava” o que deveria ser produzido. A parte da delação relativa à liderança de Carlos foi antecipada pelo UOL no último dia 11.T