Simpatia x Antipatia no front jornalístico brasileiro

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Em 13 microparágrafos, típicos em textos escritos por egressos de gerações mais jovens que hoje grassam nas redações, num texto passível de ser lido numa média de quatro minutos, de acordo com registro do site do jornal, a correspondente de O Estado de S Paulo na Argentina pespega três vezes o adjetivo “libertário” ao presidente eleito Javier Milei. Como todos sabemos, Milei é de extrema-direita, flerta com os celerados da sanguinária ditadura militar que devastou o País entre 1976 e 1982 e professa o “ultraliberalismo” privatizante nos temas econômicos. Nenhum desses apostos qualificativos foi colado ao nome de Milei, para defini-lo, no texto da publicação que vulgarmente se tornou conhecida por “estadão”. Não. “Libertário”, preferiu ela três vezes. Palavra com aparência conotativa positiva, o termo é usado para definir, nesses estranhos tempos contemporâneos, quem se diz adepto do “libertarianismo” na política. E o que é o libertarianismo? Tudo e nada. Tudo, porque sem dizer nada em específico, diz muito nas entrelinhas. Os “libertários” são fanáticos seguidores de uma ordem anárquica, que vive em desordem e aposta na instalação do caos no seio de uma sociedade para que os cidadãos se deixem governar por uma tirania. Podem ser radicalmente liberais nos costumes, ou o contrário disso se assim lhes aprouver a oportunidade (fortuna) do momento político. São sempre e declaradamente anti-Estado. Ao mesmo tempo, ser “libertário” equivale a ser nada: afinal, tudo isso o que eles professam como credo, tendo a “liberdade” individualista (não confundir com “individual”, que é filosófica) como pano de fundo, é um conjunto vazio. É um vácuo de ideias.

*Luís Costa Pinto/247

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