Evento convocado pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, será realizado por videoconferência e contará com a participação do secretário-geral da ONU.
O governo da África do Sul confirmou nesta segunda-feira (20/11) que o Brics realizará uma reunião extraordinária de chefes de Estado para discutir a questão palestina e, mais especificamente, a crime humanitária vivida em Gaza desde o início da ofensiva israelense no território, em 7 de outubro.
A reunião, que ocorrerá nesta terça-feira (21/11), foi convocada pelo presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, que também exerce a presidência pro tempore do Brics.
O evento será realizado através de videoconferência e contará com líderes dos 11 países, incluindo os seis novos membros anunciados em agosto, além da participação do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o diplomata português António Guterres.
Segundo a agência russa TASS, a pauta principal da reunião é a crise humanitária vivida pelos palestinos residentes em Gaza, embora a situação política da Palestina e a necessidade de formalizar a criação do Estado palestino e promover o seu reconhecimento internacional também esteja entre os temas a serem discutidos.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, o número de vítimas civis da ofensiva israelense já superou os 12 mil, entre as quais cerca de 5,5 mil seriam crianças.
Lula estará presente
“Os líderes dos países Brics – Brasil, Rússia, Índia e China – estarão reunidos sob a presidência sul-africana para uma reunião virtual de emergência a qual estão convidados os líderes dos novos países Brics – Arábia Saudita, Argentina, Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos – e também o secretário-geral da ONU”, explica o comunicado emitido por Pretória.
No cenário internacional, os governos do Brasil e da Rússia têm sido alguns dos mais insistentes em apresentar propostas visando um cessar-fogo permanente em Gaza, desde o início da ofensiva israelense ao território palestino. Ambos chegaram a apresentar resoluções no Conselho de Segurança da ONU com esse intuito, mas que foram rejeitadas por países aliados de Israel nessa instância, como o Reino Unido e os Estados Unidos.
Além do apelo pela trégua na região, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, também tem reiterado em seu discurso a necessidade de se avançar na solução de dois Estados, palestino e israelense, para colocar um fim aos conflitos entre os dois povos.
Junto com Lula, o anfitrião Ramaphosa e o convidado Guterres, também estarão presentes o presidente russo Vladimir Putin, o chinês Xi Jinping, o premiê indiano Narendra Modi, o líder argentino Alberto Fernández, o egípcio Abdul Fatah Khalil, o saudita Mohammad bin Salman, a etíope Sahle-Work Zewde, o iraniano Ebrahim Raisi e o emiradense Mohamed bin Zayed.