A situação do atendimento à saúde na Faixa de Gaza está “à beira do colapso” e um dos principais hospitais da região se tornou “zona da morte” — as avaliações foram feitas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) neste sábado (18). Para piorar, o exército israelense é acusado de retirar à força a maioria dos funcionários, pacientes e pessoas deslocadas desse mesmo hospital, o Al Shifa.
A instituição de saúde tem sido alvo de ofensivas de Israel, que usa como desculpa a suposta existência de membros do Hamas nos seus subterrâneos. Diante da situação “desesperadora” do hospital, conforme descreveu a OMS, a organização anunciou que trabalha num plano de evacuação.
Pelas redes sociais, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus declarou: “A equipe (da organização) encontrou um hospital que não pode mais funcionar: sem água, sem alimentos, sem eletricidade, sem combustível, com provisões médicas esgotadas”.
Segundo noticiado, neste sábado (18), havia 25 cuidadores no hospital, além de 291 pacientes, entre eles cerca de 30 bebês em estado crítico, 22 pacientes em diálise e dois em cuidados intensivos. Esses 30 bebês prematuros foram retirados do local, segundo o diretor dos hospitais do território palestino. Cerca de 2,5 mil pessoas que se abrigavam no hospital tiveram de sair após ordens de Israel.
Também neste sábado, ao menos 47 palestinos foram mortos após ataques aéreos de Israel contra áreas residenciais no sul de Gaza, conforme relatos de médicos que atuam na região.
Colapso
Em reunião informativa da Assembleia Geral das Nações Unidas nesta sexta-feira (17) sobre a situação humanitária na região, Tedros disse que o sistema de saúde está “à beira do colapso” e alertou para o risco de interrupção do tratamento de milhares de pessoas com câncer, doenças cardiovasculares, diabetes e condições renais. Segundo ele, “cerca de 200 mulheres dão à luz todos os dias nas piores condições imagináveis”.
Para o chefe da OMS, “a melhor maneira de apoiar os profissionais de saúde de Gaza e as pessoas que eles ajudam é dar as ferramentas de que necessitam: medicamentos, equipamentos, água potável, alimentos, energia e proteção”.
Atualmente, apenas 10 dos 36 hospitais de Gaza ainda funcionam, com apenas 1,4 mil leitos. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, comandado pelo Hamas, desde o início e outubro, cerca de 12,3 mil civis morreram nos bombardeios, dos quais ao menos 5 mil eram crianças.
*Com agências/Vermelho