Israel mantém bombardeio em Gaza após resolução da ONU, mas vê pressão subir

Israel mantém bombardeio em Gaza após resolução da ONU, mas vê pressão subir

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A resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU prevê pausas e corredores humanitários urgentes e prolongados.

Após quatro tentativas frustradas, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) conseguiu aprovar uma resolução para frear o conflito entre Israel e o Hamas. O governo israelense, porém, indicou que seguirá com a guerra, ao não adotar as pausas humanitárias previstas no texto, enquanto o grupo extremista não libertar os reféns que fez nos ataques de 7 de outubro.

A medida aprovada, na quarta (15/11), contempla pausas humanitárias urgentes e prolongados em toda a Faixa de Gaza. A resolução ainda pede a libertação imediata e incondicional de todos os reféns mantidos pelo Hamas e por outros grupos extremistas.

A resolução, porém, não condena as ações do Hamas nem do Estado de Israel. O conflito histórico teve uma escalada no último dia 7 de outubro, quando o Hamas invadiu o território israelense e matou 1,4 mil pessoas, a grande maioria civis. A partir de então, Israel passou a promover bombardeios e incursões na Faixa de Gaza, ferindo e matando civis enquanto caça os extremistas do Hamas, diz o Metrópoles.

Já na reunião do Conselho de Segurança dessa quarta, Brett Jonathan Miller, vice-representante permanente de Israel no colegiado, indicou que o país não deve acatar o texto. Segundo ele, a resolução foca apenas na situação humanitária em Gaza, sem considerar o que levou a esse momento.

O diplomata destacou que Israel não precisa de uma resolução para ser lembrado do direito internacional. “Israel é uma democracia cumpridora da lei, operando estritamente de acordo com o direito internacional. O Hamas, por outro lado, é uma organização jihadista focada na destruição de Israel, por meio do ataque a civis e do uso de civis de Gaza como escudos humanos”, ressaltou aos membros da ONU.

Nesse sentido, a guerra, que já resultou na morte de mais de 12 mil pessoas, de ambos os lados, não dá sinais de arrefecer. Nessa quarta, pouco antes da votação, estava em curso uma operação das tropas de Israel no maior hospital de Gaza, o Al-Shifa.

Proteção das crianças
A votação dessa quarta terminou com o seguinte placar: 12 votos a favor, 3 abstenções e nenhuma posição contrária. A proposição é de autoria da delegação de Malta, país europeu que ocupa uma cadeira no colegiado como membro não permanente. A minuta aprovada tem tom mais ameno que outras que passaram pela mesa de negociações, o que facilitou a aprovação.

O texto busca interromper o sofrimento das crianças que estão no conflito que ocorre no Oriente Médio. Representante da delegação de Malta, Vanessa Frazier destacou o caráter da resolução em proteção às crianças, destacando que, além dos menores de idade mantidos reféns pelo Hamas, muitas outras seguem sendo vítimas das retaliações feitas por Israel à Faixa de Gaza.

O grupo que se absteve na votação desta quarta-feira (15/11) é formado por Rússia, Estados Unidos da América e Reino Unido. A delegação norte-americana afirmou ter optado pelo posicionamento em razão de uma falta de condenação direta do texto às ações do Hamas e do direito de defesa à ação terrorista.

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