Desdobramentos da PF: Abin pagou por 33 mil monitoramentos com o First Mile

Desdobramentos da PF: Abin pagou por 33 mil monitoramentos com o First Mile

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Um dos pontos de discordância entre a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a Polícia Federal (PF) revela à extensão dos monitoramentos efetuados pelo sistema First Mile, responsável por rastrear a geolocalização de dispositivos móveis, segundo o Metrópoles.

Durante a administração de Jair Bolsonaro, o programa foi empregado pela Abin para supervisionar indivíduos que se opunham ao governo, possivelmente de maneira irregular. No final de outubro, houve operações de busca e apreensão conduzidas por policiais na agência.

Antes da operação, a agência havia fornecido à Polícia Federal dados de 1,8 mil números de telefone. No entanto, após a ação, investigadores entrevistados pela coluna afirmaram ter conseguido recuperar informações sobre 33 mil utilizações do sistema. Nesse cálculo, é viável que um alvo tenha sido monitorado em mais de uma ocasião.

O número é mencionado pela Polícia Federal como um exemplo de falta de colaboração por parte da agência. Por outro lado, agentes da Abin tentaram argumentar que a PF cometeu equívocos ao acessar o sistema e que não ocorreu uma quantidade tão significativa de usos do programa.

A investigação da Polícia Federal, entretanto, constatou que o contrato foi executado e pago integralmente, indicando que a agência efetuou o pagamento para realizar 10 mil acessos por ano no First Mile durante os três anos de vigência do contrato.

Durante os três anos em que o contrato esteve em vigor, houve uma compensação adicional que conferiu à agência o direito de realizar 10% a mais de acessos em um ano. Isso ocorreu devido a um período em que o programa enfrentou dificuldades para interceptar celulares da Tim, totalizando aproximadamente os 33 mil acessos mencionados.

Atualmente, os investigadores estão empenhados em identificar os titulares dos números de telefone associados às linhas monitoradas. Além disso, a Polícia Federal está apurando a possibilidade de desvio de recursos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pelo ex-secretário de planejamento e gestão, Paulo Maurício Fortunato. Na residência dele, foram encontrados US$ 171 mil em espécie.

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