Ex-ministro ressalta potenciais do País, mas defende a mobilização da esquerda para apoiar o governo e eleger prefeitos e vereadores em 2024.
A TV GNN, contou com a participação especial do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) para falar sobre a atual situação do País, oportunidades, desafios e eleições 2024.
Um dos fundadores do PT, Dirceu se divide entre os sentimentos de otimismo e apreensão em relação ao cenário do Brasil, pois apesar da volta de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência, o governo não tem maioria no Congresso.
Ainda assim, o Brasil é uma potência em diversos aspectos, segundo o ex-ministro: população, base industrial, base tecnológica e mercado interno. Tais fatores fazem com que o País seja um dos únicos estados com condições de liderar uma organização sul-americana.
“Para isso, precisamos primeiro de bancos públicos, como o BNDES. Precisamos que alguma renda nacional seja apropriada para o desenvolvimento. Se nós não cobramos imposto da agricultura e da mineração…. A renda do petróleo, que antes nós podíamos construir um fundo soberano, com a política de seis anos de Temer (MDB) e Bolsonaro (PL), desconstituíram. Aí, sobra a estrutura tributária que está de ponta cabeça. Os que não podem pagar pagam, os que consomem bens e serviços, são os que mais pagam. E a renda, o patrimônio e a riqueza praticamente não pagam imposto”, avalia Dirceu.
No entanto, ambos os cenários poderiam ser minimizados a partir da mobilização de uma frente ampla, que possa não só marcar presença em todo o território nacional, mas também seja capaz de apoiar o governo Lula.
Oportunidade
O ex-chefe da Casa Civil também apontou como problemas estruturais do Brasil a alta taxa de juros e a escassez de investimentos. Porém, ele ressalta que somos o único país que pode reconstruir a indústria e integrar a América do Sul.
Até porque o País conta com recursos que Europa e Estados Unidos buscam, como soberania alimentar, tecnológica e energética.
“Há uma realidade no Brasil: uma direita militante, com capilaridade, com partidos que se assumem como tal, e estão se fortalecendo porque têm vereadores, têm prefeito, têm governadores, têm bancadas fortes, têm fundo partidário e fundo eleitoral. Então, a esquerda tem de tomar consciência de que os partidos de precisam se reorganizar para esta nova etapa”, observa o ex-ministro.
*GGN
- Foto destaque: Crédito: Marcelo Camargo/ Agência Brasil