Os bombardeios e a operação terrestre de Israel na Faixa de Gaza estão levando as pessoas a saquear os centros de ajuda humanitária, segundo uma agência das Nações Unidas.
Sputnik – A ordem civil começa a colapsar na Faixa de Gaza em meio ao conflito e à falta de ajuda humanitária, informou neste domingo (29) a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA, na sigla em inglês) em um comunicado.
“Milhares de pessoas invadiram vários armazéns e centros de distribuição da UNRWA nas partes central e sul da Faixa de Gaza, levando farinha de trigo e outros itens básicos de sobrevivência, como kits de higiene”, de acordo com a UNRWA.
A agência da ONU menciona que os suprimentos dos comboios humanitários do Egito estão sendo estocados em um de seus armazéns na cidade de Deir al-Balah.
Palestinos feridos pós uma explosão a hospital na Faixa de Gaza são transferidos para outra unidade. Cidade de Gaza, 17 de outubro de 2023 – Sputnik Brasil, 1920, 28.10.2023
“Os suprimentos no mercado estão acabando, enquanto a ajuda humanitária que chega à Faixa de Gaza por caminhão do Egito é insuficiente. As necessidades da população são enormes, mesmo que seja apenas para a sobrevivência básica, e a ajuda que estamos recebendo é escassa e irregular”, comentou Thomas White, diretor de Assuntos da Faixa de Gaza da UNRWA.
“Esse é um sinal preocupante de que a ordem civil está começando a cair, após três semanas de guerra e um cerco apertado em Gaza. As pessoas estão assustadas, frustradas e desesperadas. As tensões e o medo são agravados pelos cortes nas linhas de comunicação telefônica e de Internet. Elas sentem que estão sozinhas, isoladas de suas famílias dentro de Gaza e do resto do mundo.”
Até agora, nesta semana, pouco mais de 80 caminhões de ajuda humanitária chegaram a Gaza. No último sábado (28), não houve comboios devido a interrupções nas comunicações após a expansão das atividades terrestres de Israel na área. A UNRWA informou que não conseguiu entrar em contato com as várias partes para coordenar a passagem do comboio.
“O atual sistema de comboios está fadado ao fracasso. Poucos caminhões, processos lentos, inspeções rigorosas, entregas que não atendem às exigências da UNRWA e de outras organizações humanitárias e, o mais importante, a proibição contínua de entregas de combustível, são a causa do fracasso do sistema”, concluiu White.